Morre, aos 101 anos, a artista Tomie Ohtake

A artista plástica Tomie Ohtake morreu nesta quinta-feira (12) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, depois de uma série de complicações resultantes de uma pneumonia. O velório acontece nesta sexta-feira (13), no Instituto Tomie Ohtake. A cerimônia de cremação será restrita à família.

Tomie Ohtake - Reprodução

Japonesa naturalizada brasileira há quase 80 anos, Tomie Ohtake pintou até o último dia de sua vida. Seu aniversário de 101 anos foi comemorado com uma exposição de pinturas monocromáticas em uma galeria no Rio de Janeiro.

Considerada uma das principais representantes do abstracionismo informal, a obra de Tomie Ohtake abrange pinturas, gravuras e esculturas. Em 1960 foi premiada no Salão Nacional de Arte Moderna e em 1988 condecorada com a Ordem do Rio Branco pela escultura pública comemorativa dos 80 anos da imigração japonesa, em São Paulo.

Outras obras públicas da artista que se destacam na capital paulista são os painéis da estação Consolação do metrô, além de intervenções artísticas em projetos arquitetônicos, como o teto do Auditório do Ibirapuera e a tapeçaria do Memorial da América Latina, destruída por incêndio em 2013.


Monumento de Tomie Ohtake em homenagem aos 80 anos de imigração japonesa em Santos

As primeiras pinturas abstratas de Tomie Ohtake, especialmente as realizadas nos anos 1960 são consideradas por muitos seus melhores trabalhos. Neste período a artista também “enfrentou” a ditadura da arte conceitual e criou uma série de “pinturas cegas”, obras feitas com olhos vendados.

Segundo Paulo Herkenhoff – profundo estudioso de Tomie e curador de várias mostras sobre ela – inclusive a exposição em comemoração aos 100 anos da artista – , uma questão-chave atravessa toda a sua obra: a intangibilidade da perfeição. “Ao contrário do racionalismo da geometria ocidental, Ohtake experimenta incessantemente a imprecisão.

Do Portal Vermelho