Dilma: “É preciso reagir aos boatos e travar a batalha da comunicação”

Para comemorar os 35 anos da fundação do Partido dos Trabalhadores, uma grande festa foi organizada nesta sexta-feira (6) em Belo Horizonte, Minas Gerais. O evento contou com a presença da presidenta da República, Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dos presidentes, do PT, Rui Falcão, e do PCdoB, Renato Rabelo. Além de governadores, entre eles, o de Minas Gerais, Fernando Pimentel, ministros, parlamentares e militantes de todo o país.

- Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula

Convidado de honra da celebração, o ex-presidente do Uruguai José Mujica também participou da cerimônia, realizado no Minascentro e foi bastante aplaudido pelos mais de mil e duzentos militantes presentes.

A presidenta Dilma abriu seu discurso agradecendo, em especial, a presença do ex-presidente uruguaio. Em seguida, Dilma destacou as mudanças sociais que o país passou nos últimos 12 anos, com os governos do PT e aliados. "O objetivo principal dos nossos mandatos foi preparar o Brasil para uma nova etapa de desenvolvimento, com prioridade absoluta em educação. Aqueles que se elevam da pobreza têm na educação uma força fundamental de avançar. Transformar o Brasil numa pátria educadora é transformar o país numa nação desenvolvida neste canto do mundo. O voto popular deu legitimidade para continuarmos as mudanças."

A presidenta conclamou a militância a divulgar mais e melhor os avanços conquistados pelo governo federal. "Nós devemos enfrentar o desconhecimento e a desinformação sempre e permanentemente, sem tréguas. A luta deve continuar”. Declarou Dilma: “é preciso reagir aos boatos e travar a batalha da comunicação”.

Como havia dito na primeira reunião ministerial do segundo mandato, Dilma pediu também à militância para desmentir quando for dito que o governo vai acabar com as conquistas históricas dos trabalhadores, “digam que não é verdade! Nós temos políticas de valorização do salario mínimo”.

E quando for mencionada a crise da água, continuou, “lembrem que, desde o início da maior estiagem dos últimos anos, o governo federal está apoiando, com investimentos de valor elevado, todos os governos que enfrentam problemas com estiagem”.

Reforma Política

Dilma também conclamou a militância e a sociedade à mobilização por uma reforma política que amplie a representação popular no Legislativo. "Reforma política é tarefa do Congresso, mas cabe a nós impulsionar o processo, exigindo, por exemplo, o fim de financiamento empresarial de campanhas eleitorais".

Petrobras

Dilma também falou sobre as denúncias de corrupção na Petrobras. "Fomos nós que criamos as condições para que hoje se apurem as todas as denúncias de corrupção", disse, reafirmando que o governo continuará incentivando as investigações na estatal e que os envolvidos em crimes serão punidos após passarem pela Justiça, mas defendeu a necessidade de preservar a instituição. "A Petrobras é a empresa mais estratégica para o país, a que mais contrata e a que mais investe no Brasil”.

Lembrou ainda que o sucesso da estatal contraria interesses de corporações internacionais e insistiu que seu governo manterá a política de nacionalização da cadeia produtiva de petróleo e derivados. "Vamos acreditar na mais brasileira das empresas do país. Ela só será realmente grande se for cada vez mais brasileira."

Ajustes

Outro ponto polêmico foi destacado pela presidenta, segundo ela, os ajustes de “caráter corretivo” adotados nos primeiros meses do segundo mandato são necessários para garantir a continuidade da geração de emprego e renda. “As mudanças dependem da credibilidade da nossa economia, precisamos garantir a sua solidez. Nós fazemos equilíbrio porque queremos garantir emprego e renda. Não fizemos o que se faz na Europa: desempregar e reduzir renda. Mas chegamos ao limite e é preciso fazer ajustes."

Segundo Dilma, a economia brasileira sofre influencias externas, de baixo crescimento e resseção e, no plano interno, pontuou “uma das piores secas” dos últimos tempos, que resultou no aumento da inflação e no preço da energia.

Oposição

A presidenta também mandou um recado para a oposição. "Diante da crise, sempre tivemos força para reagir. Os que estão inconformados com o resultado das urnas só têm medo da participação popular, eles têm medo da democracia. Mas temos força para resistir ao golpismo e ao retrocesso. Estamos juntos e misturados".

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Da redação do Vermelho
Com agências