Primeiras caravanas para a Bienal da UNE já pegaram a estrada

Apenas de Rio Branco, capital do Acre, são mais de cem estudantes que começaram, de barco, a viagem até Porto Velho (RO). Esse pessoal ainda desbravará as estradas de quatro estados até a cidade maravilhosa.

O estudante de odontologia Jeffrey Caetano conta que a preocupação da caravana é com o avanço do rio Madeira, que hoje quase encobre a BR-364, que liga Cuiabá a Rio Branco. “Neste período de chuvas no ano passado ficamos 20 dias sem acesso. Faltaram alimentos e gasolina no Acre. Estamos pensando se vamos conseguir voltar para casa”, afirmou.

A preocupação, contudo, não atrapalha a animação desse pessoal, que alimenta grande expectativa para o festival. “Para a maioria é uma oportunidade única. Apresentar nosso trabalho para mais de dez mil estudantes, mostrar nossa cultura, a história de Chico Mendes, nossos contos regionais, como o do Mapinguari [espécie de macaco com um olho na testa]”, disse Jeffrey.

Para aguentar o tranco de 4mil quilômetros não faltam na bagagem desse pessoal alimentos como biscoitos de maisena, macarrão e frutas.

Saindo da outra ponta da região norte do país, a caravana do Amapá também não deixou faltar o miojo para ninguém passar fome até o domingo. E, claro, as redes para as noites em navio. Os estudantes amapaenses saíram nesta quarta-feira (28) para mais de 24 horas de viagem pelo rio Amazonas, de Santana (AP) até Belém (PA), onde tomam o ônibus até o Rio de Janeiro.

O discente de história Domingo Dias, integrante da caravana, diz que o grupo tem quase 50 estudantes — e a maioria nunca fez uma viagem tão longa. “Estão todos muito animados e somos um grupo bem plural, também com estudantes de direito, física”, afirmou.

Quase doze mil estudantes são esperados no espetáculo de abertura da 9ª Bienal da UNE, no Circo Voador, no domingo (1) às 18h. Todos os sotaques, culturas e regionalismos do país juntos para celebrar as #vozesdobrasil.

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Fonte: UNE