Presidenta Dilma defende ajustes, mantendo os direitos sociais

Sob grande expectativa, a primeira reunião com os 39 ministros do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff aconteceu na tarde desta terça-feira (27), na Granja do Torto em Brasilia-DF. O discurso da presidenta era bastante aguardado, já que o último pronunciamento dela ocorreu na cerimônia de posse, em 1º de janeiro deste ano.

Dilma Rousseff durante reunião ministerial - Roberto Stuckert Filho

Em sua fala, a presidenta Dilma destacou que vai corresponder à expectativa da população pelo desenvolvimento e a construção de uma nação “desenvolvida, próspera e cada vez menos desigual”.
A presidenta defendeu ainda que a tarefa do governo é de continuar o projeto de desenvolvimento criado a partir de 2003 e que os ajustes nas contas do governo são necessários para consolidar o projeto vitorioso nas urnas.

Dilma contextualizou um conjunto de medidas que está tomando para garantir o crescimento com distribuição de renda e explicou os ajustes que se enquadram nessa perspectiva. Segundo Dilma, ela foi reeleita para fazer mudanças, reafirmou que vai fazê-las e que, os direitos trabalhistas são intocáveis.

Reequilibrio fiscal

Segundo Dilma, o mandato será ao mesmo tempo de continuidade e de mudanças e ressaltou que as medidas tomadas pelo governo vão no intuito de preservar as políticas sociais, o emprego e a renda.

“As mudanças que o país espera para os próximos quatro anos dependem muito da estabilidade e da credibilidade na economia. Precisamos garantir a solidez nos nossos indicadores econômicos”, disse.
“As mudanças que o país espera dependem da estabilidade e credibilidade econômica que devem ocorrer de forma gradual para preservar as políticas sociais”, ressaltou.

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Segundo Dilma, o Brasil vem sofrento os efeitos de dois choques. No plano externo, as dificuldades econômicas da crise internacional com a queda nos preços das commodities, do Petróleo e do minério de ferro. Ela falou ainda da redução do crescimento da China e da estagnação econômica no Japão e na Europa. Internamente, a presidenta salientou a apreciação do dólar sobre o real, a alta no preço dos alimentos pelo impacto das piores secas. “Essa seca teve também mais recentemente impactos no preço da energia em todo o Brasil e na oferta de água em algumas regiões específicas”.

“Diante destes eventos internos e externos, o governo federal cumpriu seu papel. Absorvemos a maior parte das mudanças no cenário econômico e climático em nossas contas fiscais, para preservar o emprego e a renda. Reduzimos nosso resultado primário para combater os efeitos adversos desses choques sobre nossa economia e proteger nossa população. Agora atingimos um limite”, destacou.

Segundo Dilma foi reduzido o resultado primário para proteger a economia brasileira. “Nossa primeira ação foi estabelecer a meta de resultado primário em 1,2% do PIB. Estamos diante da necessidade de reequilíbrio fiscal”, disse. “Esta meta representa um grande esforço fiscal, mas um esforço que a economia pode suportar sem comprometer a recuperação do crescimento e do emprego”.

Para Dilma, uma gestão responsável consiste na “política econômica de estimular o crescimento e dar meios para a execução de políticas que melhoram o bem estar da população”.

“Depois de 12 anos de políticas de inclusão social e desenvolvimento, o Brasil é hoje um país melhor”, disse, comemorando a ampliação do emprego e dos benefícios sociais, o aumento do salário e da renda do trabalhador, além da expectativa de vida do brasileiro.

Em relação às medidas de corte de gastos e de aumentos de impostos, a presidenta disse que o reequilíbrio fiscal será buscado de forma gradativa para não prejudicar os programas sociais. “São passos na direção de um equilíbrio fiscal que permitirão preservar os programas sociais. Falo, por exemplo, do Minhas Casa Minha Vida, do Mais Médicos e do Prouni.”

Orientação

A presidenta defendeu que o governo precisa explicar com clareza para a sociedade e ressaltou para os ministros presentes: "Devemos enfrentar o desconhecimento e a desinformação sempre e permanentemente".

"Reajam aos boatos", levem a posição do governo à opinião pública", orientou. "Não podemos permitir que a falsa versão se alastre".

Dilma exemplificou: "Quando dizem que vamos acabar com as conquistas históricas dos trabalhadores, respondam em alto e bom som: 'não é verdade, os benefícios são intocáveis'", disse ela. E continuou, "vamos falar mais, comunicar sobre nossos desafios, nossas iniciativas e nossos acertos".

Para finalizar, a presidenta Dilma disse estar “confiante na força do povo, nos fundamentos econômicos, sociais e culturais de nosso país”. E ressaltou para os ministros que espera de todos muita dedicação, cooperação entre eles e muito trabalho. “O Brasil espera muito de nós e conto com vocês para honrar todas essas expectativas”, encerrou.

Da redação do Vermelho,
Eliz Brandão

Acompanhe íntegra do discurso: