Nação Hip Hop comemora 10 anos de resistência e luta

A partir da iniciativa de jovens ligados ao movimento Hip Hop, em sua maioria militantes da UJS, surgia há 10 anos a Nação Hip Hop Brasil. Com a consciência de que era necessária maior participação nas decisões políticas do país, justamente por se tratar de um movimento profundamente “enraizado nas quebradas”, como aponta o presidente da entidade, Beto Teoria, a Nação utiliza a cultura como instrumento para fortalecer o diálogo entre o poder público e privado e a juventude.

Logo da Nação Hip Hop - Nação Hip Hop

As ações da Nação são voltadas aos movimentos culturais que têm suas raízes na periferia, como explica Teoria. Ainda segundo o presidente da entidade, “mesmo a Nação sendo uma entidade do Movimento Hip Hop, ela sempre teve interface com outras iniciativas das chamadas culturas e movimentos alternativos como o Skate, Reggae, o Funk, o Samba, entre outros”.

As dificuldades que o povo brasileiro atravessou durante o auge do neoliberalismo no país, nos anos 90, foram denunciadas tanto no Rap de São Paulo quanto no Funk carioca, apenas para citar dois exemplos. Porém para o dirigente da Nação, “após a eleição do presidente Lula e dos projetos que promoveram as oportunidades ao nosso povo hoje você tem a possibilidade de criar um ambiente mais humano para sua comunidade com oportunidade de formação escolar, profissional, e ascensão econômica”.

“Foi por isso que elegemos um governo popular e é por isso que continuamos a acreditar nele, pois nós sabemos quem realmente fecha com nosso povo. Estas mudanças e avanços sociais, culturais e econômicos fazem com que nossos artistas de agora não cantem somente sobre as mazelas, mas possam falar sobre outras realidades, falar de amor, entretenimento e até luxo [fazendo referência ao “funk ostentação”]”, explica.

Na opinião de Toni C, autor de Um Bom Lugar, biografia oficial do rapper paulistano Sabotage e integrante da equipe do Portal Vermelho, “a Nação Hip-Hop Brasil é uma tentativa legítima do movimento Hip-Hop organizado, se até o crime é organizado, por que a maior contracultura globalizada do planeta não deve ser? A juventude da periferia pode contar com uma entidade para fazer o enfrentamento de suas pautas, inclusive a do extermínio que ela é cotidianamente subjugada”.

Para o ano que começa a Nação Hip Hop Brasil busca consolidar suas conquistas, mas também lutar por novos espaços de decisão e participação. Com diversas ações programadas para 2015, a Nação busca fortalecer o Hip Hop, para seguir, através da cultura, lutando por melhores condições para a população das periferias de Norte a Sul do país.

Por fim, Beto Teoria afirma que entre os objetivos da entidade está o de “alçar voos na disputa eleitoral de 2016”. Portanto, 10 anos de Nação foram apenas o começo de uma longa jornada de lutas.

Para saber mais sobre as atividades da Nação Hip Hop Brasil, acesse o blog da entidade.

Assista ao vídeo oficial do Circuito Nação Hip-Hop Brasil, evento que foi dividido em 8 etapas, passando por todas as regiões da capital paulista e mais quatro cidades no interior:

Por Thiago Cassis, no portal da UJS