Incra assenta mais de 32 mil famílias ao longo de 2014

Com 145 projetos de assentamentos criados em 2014, distribuídos em 415.436 hectares, o governo federal incorporou à reforma agrária área de aproximadamente 2,9 milhões de hectares no período 2011-2014. Neste intervalo foram criados 493 projetos de assentamento em benefício de 107,4 mil famílias.  

Assentamentos - Reprodução

Em 2014 foram assentadas 32.019 famílias ante a uma meta de assentamento de 30 mil. Considerando a média de 2,8 ocupações por lote, estima-se que 89,6 mil pessoas viverão e trabalharão nos novos projetos de assentamentos.

Do total de famílias assentadas em 2014, 7.399 foram em assentamentos novos e outras 24.620 em assentamentos já existentes, que contavam com lotes disponíveis para receber famílias aptas a participar do Programa Nacional de Reforma Agrária.

Além dos assentamentos, em 2014 foram decretadas pela Presidência da República 30 imóveis para a reforma agrária, com área de 66,3 mil hectares e capacidade para receber 1.789 famílias. A partir de agora, as Superintendências Regionais do Incra vão ajuizar os pedidos de posse desses imóveis. A missão na posse dada pela Justiça autoriza o Incra criar o assentamento. Os recursos para o pagamento das indenizações dessas áreas constam no orçamento de 2015 do instituto.

Investimentos

Ao longo de 2014 o Incra investiu R$ 1,395 bilhão nas ações finalísticas. Para a desapropriação e a aquisição de imóveis, foram empenhados R$ 527.904,274, o que permitiu ao Incra obter 104.081,68 hectares de terra para a reforma agrária em todo o País, com destaque para a região Nordeste.

Outra atividade com quase 100% do recurso empenhado foi a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), que teve assegurados R$ 341.605.829. Em 2014 a ampliação desta rede de apoio técnico chegou a 78,7% das famílias assentadas no Semiárido (91.590 famílias); atingiu a universalização desse serviço nos estados de Pernambuco (20.059 famílias) e no Ceará (15.289 famílias), além do início da atividade de apoio às famílias assentadas em Reservas Extrativistas.

Já na área de infraestrutura – abertura de estradas, construção de pontes, bueiros –, o empenho correspondeu a 99,99%, isto é, R$ 224.581,570. O resultado foi a conclusão da abertura e a recuperação de 1.290 quilômetros de estradas vicinais em todo o País.

Programas federais na reforma agrária

Além do orçamento próprio do Incra, em 2014 a integração de políticas públicas do governo federal possibilitou a execução de outros serviços e apoio aos assentados de todo o Brasil, totalizando investimentos da ordem R$ 1,7 bilhão em 19 ações, como: Bolsa Verde; Fomento (Plano Brasil Sem Miséria); Programa Minha Casa, Minha Vida assinados com a Caixa Econômica Federal e com o Banco do Brasil; programa Água para Todos; Bolsa Família; Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); PAA Leite; Programa Terra Forte, dentre outros.

Instalação nas novas áreas

Garantido o acesso à terra, o governo federal fará ainda um investimento médio de R$ 61,8 mil por famílias para viabilizar assistência técnica, crédito instalação e infraestrutura – estrada, água, energia elétrica e moradia, somando cerca de R$ 1,9 bilhão ao longo dos três anos de implantação dos 145 assentamentos criados em 2014.

A porta de entrada das famílias na reforma agrária é sua inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), que dá acesso às principais políticas públicas do governo federal. Elas terão ainda assegurada a regularização ambiental por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR).

De acordo com a Lei 13.001/2014, o processo de regularização fundiária e ambiental segue o seguinte trâmite:

  • Anteprojeto espacial dos lotes;
  • Homologação das famílias e expedição do Contrato de Concessão de Uso (CCU) até 30 dias após a seleção;
  • Regularização ambiental;
  • Medição e certificação do perímetro do assentamento (CAR);
  • Demarcação definitiva das parcelas e expedição do título definitivo; e
  • Início da contagem do prazo de inegociabilidade e pagamento do título.
  • Fluxo do crédito
  • Na fase de instalação do assentamento, a família terá acesso aos primeiros créditos da reforma agrária. As operações são feitas pelo sistema bancário, mediante o cartão do assentado.

Logo que entrar no assentamento a família ingressa no Ciclo I, que está assim definido: Apoio Inicial I, R$ 2,4 mil; Apoio Inicial 2, R$ 2,8 mil; duas operações de fomento no valor de R$ 3,2 mil, cada, e Fomento Mulher, em operação única no valor de R$ 3 mil.

No Ciclo II, o da Inclusão Produtiva, o assentamento poderá acessar o microcrédito orientado no valor de R$ 4 mil por ano, em até três operações por família, num valor total de R$ 12 mil.

No Ciclo III, o da Estruturação Produtiva, a família poderá acessar recursos de Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), por meio da linha de crédito Mais Alimentos para a Reforma Agrária no valor de R$ 25 mil para financiar atividades produtivas de custeio e investimento.

Fonte: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária