“Sempre tivemos a certeza do regresso”, afirma antiterrorista cubano

O antiterrorista cubano Ramón Labañino afirmou que sempre acreditou no dia do regresso e na felicidade que sentiria quando isso acontecesses, pois nunca perdeu a convicção de que voltaria a sua pátria junto de sua família e seu povo.

Ramon Labañino e sua esposa - Cuba Debate

Labañino, Gerardo Hernández e Antônio Guerrero, os três antiterroristas cubanos que ainda permaneciam presos nos Estados Unidos, há mais de 16 anos, desembarcaram em Havana na última quarta-feira (17).

“Eu estou levitando, tem sinto tantas emoções”, confessou Labañino durante um diálogo com a agência Prensa Latina onde falava soabre os últimos momentos vividos no cárcere.
“A mudança foi muito brusca”, disse. “Às 3 horas da manhã de 17 de dezembro éramos homens presos e já às 5 horas da manhã estávamos tomando um avião e às 8 horas éramos livres”, explicou.

“Saltamos de maneira brusca da prisão para a liberdade, e esse processo transitório apenas nos permitiu reagir emocionalmente”, contou. “Tem sido tudo tão impactante e a realidade supera muito as expectativas”.

No instante em que chegou em solo cubano, Labañino pôde fundir-se em um abraço com seus familiares, suas filhas e em especial sua esposa, Elizabeth Palmeiro. Ele contou que experimentou algo único, uma ternura infinita e que a relação deles cresceu com as adversidades.

“Passamos períodos muitos difíceis e minha esposa sempre esteve ao meu lado, nas boas e nas más horas, quando eu ainda tinha condenação a prisão perpetua, mais dezoito anos, ela me disse ‘estarei contigo até o final e vou te ver no final do mundo’, nunca esqueço esta frase”.

Depois “quando me deram 30 anos de reclusão foi o mesmo, Elizabeth reiterou que seguiria comigo até o final ‘seremos dois velhinhos e estaremos lutando’, e aqui estamos hoje”, disse.
Também agradeceu aos movimentos de solidariedade pela luta constante pela causa dos cinco.

Recordou que o primeiro contato direto com amigos solidários só aconteceu em 2009 quando refizeram a sentença na corte de Miami. “Eu queria saltar as barreiras da escolta e das cadeias e abraçar a todos”.

Porém, o único que pode fazer na ocasião foi enviar um beijo a sua esposa e alçar um de seus braços “em sinal de vitória, a vitória da dignidade e da coragem”. Com este espírito invicto os cinco regressaram para casa.

No dia 28 de fevereiro o povo cubano deu as boas vindas em Havana a Fernando González que um dia antes havia abandonado o cárcere no Arizona, Estados Unidos. Ao tocar a terra cubana declarou que sua liberdade faltava um pedaço até que seus irmãos Gerardo, Ramón e Tony não estivessem em sua pátria.

Passaram apenas 10 meses e se completou a liberdade dos cinco. “A partir de agora ficam o amor e os novos desafios, as novas tarefas que a Revolução nos envie. Voltamos e o mais importante: prontos para o que seja”, concluiu Labañino.

Fonte: Prensa Latina