Secretário do Tesouro defende estratégia de redução do superavit

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, defendeu nesta quinta-feira (18), a estratégia do governo de redução do superavit primário. Segundo ele, nenhum país do mundo fechará 2014 com um resultado primário elevado.

Secretário do Tesouro Nacional Arno Augustin - Lucio Bernardo Jr./Agência Câmara

Ele afirmou que a redução da meta – de R$ 80,8 bilhões para R$ 10,1 bilhões – decorreu da decisão do governo de manter os gastos sociais e com investimentos. Somente em investimentos, segundo ele, o governo executou R$ 73,6 bilhões.

"Se não fizemos isso nos anos difíceis, a retomada depois será muito mais complexa", disse Augustin, que participa de audiência pública na Comissão Mista de Orçamento.

O secretário ressaltou que nenhum país do G20, que reúne as maiores economias do mundo, conseguirá fechar o ano com saldos expressivos na política fiscal. "A situação de primários altos não é a norma [no mundo]", declarou.

Dívida bruta

Augustin defendeu também o conceito utilizado pelo governo para medir a saúde fiscal do País, a chamada Dívida Líquida do Setor Público (DLSP). Alguns especialistas, incluindo o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, propõem o uso de Dívida Bruta do Governo, que mostraria melhor a situação fiscal brasileira.

A diferença entre ambas é que a Dívida Bruta inclui apenas o passivo do estado, enquanto a líquida retira do passivo os saldos a favor do governo, como as reservas internacionais do País. Em 2014 a dívida bruta subiu, enquanto a líquida mostra-se estável.

Segundo Augustin, o aumento da dívida bruta foi motivado pelas operações compromissadas do Banco Central, que compra os dólares que entram na economia, trocando-os por real, reforçando as reservas, mas é obrigado a enxugar o excesso de moeda para evitar a inflação.

"Esse aumento não é negativo. É positivo porque tem por trás dele um maior nível de reservas. Esse aumento se faz relevante no momento de turbulências internacionais", afirmou.

Fonte: Agência Câmara