PF indicia 33, mas Alckmin diz que nada é comprovado no trensalão

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que o caso de corrupção do metro, o chamado trensalão, é “diferente” da Operação Lava Jato da Petrobras.

Foto: Prefeitura de Itanhanhém / Flickr

Apesar das investigações apontarem que o esquema de corrupção dos trens em São Paulo funcionava desde 1998, Alckmin disse que os casos de corrupção na Petrobras fazem parte de uma “doença sistêmica” e que o caso em São Paulo tratava-se apensas de uma questão pontual.

Alckmin fez questão de dizer que o caso da Petrobras não tem semelhança com as investigações do trensalão. “São Paulo não tem nada, nada comprovado, há uma suspeita de cartel onde o governo é vítima”, tentou minimizar o governador aos jornalistas durante evento em homenagem ao ex-governador Mario Covas (PSDB).

PF indiciou 33 em São Paulo

O inquérito do caso do trensalão tucano foi encaminhado pela Polícia Federal para a Justiça Federal indiciando 33 pessoas por corrupção ativa, corrupção passiva (praticada por funcionário público), cartel, crime licitatório, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Assim como no caso da Operação Lava Jato, da Petrobras, no trensalão também há ex-diretores da CPTM e o atual presidente da companhia entre os indiciados. Portanto, não são somente as empresas envolvidas no esquema, como disse o governador.

Além desses funcionários, foram indiciados executivos que, na época, trabalhavam em empresas multinacionais e também nacionais que, de acordo com a investigação, faziam parte de um esquema que, pelos cálculos do Ministério Público de São Paulo, provocou um rombo de R$ 834 milhões.

Na sexta-feira, a Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 614,3 milhões de cinco empresas envolvidas no cartel, que ocorreu nas gestões dos tucanos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

Para justificar a diferença, Alckmin disse: “Você tem a diretoria quase inteira da Petrobras envolvida, são coisas diferentes. Nós defendemos a apuração rigorosa e punição”. Ele defendeu não só a mudança "de pessoas" na estatal do petróleo, mas também de "métodos". "Os processos de licitação devem estar todos errados", declarou.

Com informações de agências