Não há nada mais escravizante do que a fome e a miséria, diz ministra

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome disse que a fome, durante muito tempo, marcou a história da população pobre brasileira, principalmente a dos nordestinos, mas que foi possível mudar essa situação porque o tema foi colocado no centro da agenda das políticas públicas.

Tereza Campello - Heinrich Aikawa/Instituto Lula

“Não há nada mais escravizante do que a fome e a miséria”, ressaltou ela, nesta terça-feira (9), ao participar de debate no evento Brasil: o fim da miséria é só um começo, em Fortaleza (CE). Campello disse também que a fome não é combatida somente com crescimento econômico.

“Temos que atuar para garantir a diminuição da desigualdade e gerar oportunidades”, afirmou ela, ao explicar que o governo federal enfrentou a pobreza em suas diferentes dimensões, garantindo renda, mas também cuidando de melhorar as oportunidades para inserção econômica dessas famílias, assim como o seu acesso a serviços.

A ministra exaltou a saída do país do Mapa Mundial da Fome, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Entre 2002 e 2013, o país reduziu em 82% a população de brasileiros considerados em situação de subalimentação. Hoje, 98,3% da população brasileira têm acesso a alimentos.

Entre os fatores decisivos para a conquista brasileira está o aumento da renda dos mais pobres e da produção de alimentos disponíveis para a população.

“Já nasceu no nosso país a primeira geração de crianças sem fome e na escola. Elas não vão repetir a trajetória de seus pais”, destacou ela, ao falar que, no Brasil, 43 milhões de alunos têm pelo menos uma refeição por dia – o que equivale a uma Argentina inteira sendo alimentada com a merenda escolar.

A ministra apresentou dados para rebater as críticas feitas às famílias do Bolsa Família. "Muitos ainda falam que o beneficiário do programa é um perdedor ou é preguiçoso. Metade desse público não trabalha mesmo, porque tem menos de 18 anos." Segundo estudos do MDS, 75% dos beneficiários adultos trabalham.

Participaram também do debate o jornalista e biógrafo Lira Neto e o assessor especial da Ação da Cidadania Daniel Souza, filho do sociólogo Betinho.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome