Recine 2014 presta homenagem à literatura latino-americana

Mais do que um simples festival de cinema, o REcine – Festival Internacional de Cinema de Arquivo se propõe a promover a conscientização sobre a preservação de acervos audiovisuais públicos e privados e, por este motivo, todas as suas atividades são pensadas para cumprir esse objetivo, que é, antes de mais nada, difundir, rever, reinventar, realizar e experimentar a partir da reutilização de imagens de arquivo.

A 13ª edição do Recine terá início nesta segunda (24) e segue até sexta-feira (28) no Rio de Janeiro e leva a literatura latino-americana ao cinema, como forma de prestar homenagem a dois grandes cineastas, promover oficinas e palestras, retomar as descontraídas sessões ao ar livre no pátio do Arquivo Nacional e ampliar seus locais de exibição (Cine Art UFF e Escola Técnica Adolfo Bloch).

Cerca de 67 filmes (longas, médias e curtas) divididos por mostras informativa e competitiva compõem a programação, entre eles, Para sempre teu, Caio F., de Candé Salles, Esse viver ninguém me tira, de Caco Ciocler (ambos inéditos comercialmente), Mulheres olímpicas de Laís Bodansky, a versão restaurada do argentino Invasion, de Hugo Santiago com roteiro de Jorge Luis Borges; La Ciudad y los Perros, de Francisco Lombardi – adaptação da novela homônima de Mario Vargas Llosa (inédito no Brasil); Seara Vermelha, de Alberto D’Aversa – baseado na obra de Jorge Amado; Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho, baseado na obra de Raduan Nassar e outros.

Dois mestres do cinema brasileiro recebem homenagem especial:

• Nelson Pereira dos Santos, com exibição de oito filmes do diretor em 35 mm – Vidas Secas, Missa do Galo, Fome de Amor, Asyllo muito louco, Tenda dos Milagres, Memórias do Cárcere, Jubiabá e A terceira margem do Rio; (exibição especial no Cine Arte UFF) e mesa redonda com presença do cineasta e do crítico José Carlos Avellar;
• Olney São Paulo – com exibição do primeiro longa do cineasta baiano, Grito da Terra, adaptação do romance de Ciro de Carvalho Leite, rodado em Feira de Santana e que este ano completa 50 anos. Filme de abertura da mostra.

Nomes da literatura e do cinema marcam presença nas mesas-redondas, como o escritor Luiz Ruffato, o cineasta Nelson Pereira dos Santos, o professor João Luiz Vieira, o crítico José Carlos Avellar, a cineasta Silvia Oroz e outros.

O Recine conta com sessões noturnas ao ar livre, sempre às 20 horas, programação para o público infanto-juvenil das 9 horas ao meio-dia, oficinas gratuitas e com o lançamento da Revista Recine especialmente dedicada ao tema da literatura no cinema.

Mais do que um simples festival de cinema, o Recine – Festival Internacional de Cinema de Arquivo se propõe a promover a conscientização sobre a preservação de acervos audiovisuais públicos e privados e, por este motivo, todas as suas atividades são pensadas para cumprir esse objetivo, que é, antes de mais nada, difundir, rever, reinventar, realizar e experimentar a partir da reutilização de imagens de arquivo.

O Recine é uma realização do Arquivo Nacional em parceria com a Rio de Cinema Produções Culturais, que traz ao público obras raras da cinematografia mundial e debate a realidade no trabalho de guarda e preservação dos registros filmográficos.

Leia a programação completa clicando no link:

Recine 2014
Com a palavra, o Cinema

24 a 28 de novembro

Programação (Arquivo Nacional + Cine Arte Uff + Escola Técnica Adolpho Bloch)
Arquivo Nacional (Praça da República, 173, Centro – Rio de Janeiro)
Entrada franca

Programação
Segunda-feira, 24 de novembro Pátio

19h – Abertura: Apresentação da Companhia de Atores Bailarinos Adolpho Bloch Espetáculo:
Em nós

20h – Cinema Letrado – A literatura a 24 quadros por segundo 2014 – 19 min. – Livre Dir. Ana Moreira – Produção do Arquivo Nacional
Homenagem a Olney São Paulo
50 anos do filme

Grito da terra
1964 – Brasil – P&B – 83 min. – 14 anos Dir. Olney São Paulo O filme gira em torno de duas personagens femininas: Loli, mulher sensual e perigosa, que quer sair do sertão para viver no sul do país; e Mariá, uma típica camponesa que acredita na força do nordestino para enfrentar a seca e as pressões dos latifundiários. O filme desvela o drama das famílias de lavradores, vítimas da ambição de Sebastião, dono do armazém local.

Terça-feira, 25 de novembro, Auditório principal

Mostra informativa sessão infanto-juvenil
9h – Manoel de Barros
Wenceslau e a árvore do Gramofone 2008 – Brasil – Cor – 15 min. – Livre Dir. Adalberto Müller O menino Wenceslau descobre a poesia das pequenas coisas lendo os escritos do avô (poemas de Manoel de Barros), que mora numa estranha árvore.
Pequenas histórias
2009 – Brasil – Cor – 83 min. – Livre Dir. Helvécio Ratton
O filme faz uma homenagem à tradição da cultura oral, responsável por passar adiante as histórias dos mais velhos.

Mostra competitiva

12h
Deslimite ou no meio do caminho circular ou tríptico para Mario Peixoto 2014 – Brasil – Cor/P&B – 7 min. – Experimental – Livre Dir. Sidney Schroeder Três personagens. Três posições frente à condição de solidão e isolamento. Do limite ao deslimite, da casa à cidade, do eu ao outro, qual distância teremos que ter para conviver? Inspirado no filme “Limite”, de Mário Peixoto.

Arquitetos do poder
2010 – Brasil – 98 min. – Cor – Documentário – 10 anos Dir. Vicente Ferraz e Alessandra Aldé

Panorama das relações entre mídia e política no Brasil. Construído a partir de depoimentos e imagens de arquivo, o filme conta a história da comunicação política brasileira, desde as campanhas de Getúlio Vargas e JK até o presente, passando pela emblemática eleição de 1989 e ilustrando a crescente influência da comunicação na política, bem como a relação da mídia nacional com os escândalos do poder.

Democracia em preto e branco
2013 – Brasil – Cor – 90 min. – Documentário – 10 anos Dir. Pedro Asbeg Em 1982, a ditadura militar completava 18 anos de opressão e censura, a MPB sobrevivia de metáforas e o Corinthians era dominado pelo mesmo presidente em um período igualmente longo. Nesse contexto de política, futebol e rock foram vividos alguns dos mais importantes momentos recentes de nosso país.

15h20

A farra do Circo
2013 – Brasil – Cor – 94 min. – Documentário – 14 anos Dir. Roberto Berliner No início da década de 1980, o Brasil é palco de uma revolução na cena cultural. Documentário composto por imagens feitas por Roberto Berliner durante os anos 80, que retratam a geração responsável pela “usina de sonho”, ou Circo Voador, como hoje é conhecido.

Araponga
2014 – Brasil – Cor/P&B – 8 min. – Livre Dir. Ana Carolina Reyes, Eduardo de O. Lima e Fernando José F. Rocha O ano é 1992. Uma caixa é entregue na portaria do Arquivo Nacional por uma pessoa que preferiu não se identificar. Dentro da caixa, documentos que revelam o trabalho de um agente do serviço de informações do governo brasileiro da década de 50 até a ditadura militar. O documentário expõe fragmentos de uma época nebulosa de nossa história recente.

Casa sem janela (oficina de vídeo)
2014 – 13 min. Dir. Juliette Yu-Ming Lizeray, Marcelo Engster e Vitor Kruter Quintanilha
“Aquele que não sentiu a perda de um cinema que frequentou durante anos, tem o coração de pedra ou a memória nublada.” Carlos Drummond de Andrade.

Territórios negros urbanos (oficina de vídeo)
2014 – 10 min. Dir. Antonio de Abreu Rocha, Nadia Prestes Baptista, Marcos Artemio L. Macedo, Maristela da S. Cruz e Rosane de Freitas Pinheiro Serro A trajetória negra nos grandes centros urbanos não é contada na historia oficial, podendo ser resgatada através da memória, como um registro afetivo de como se deu e de como ver o que se passou. O que fica por saber mais detalhadamente é como a localização dos territórios negros se modifica a partir da concepção de urbanidade civilizada. Mergulharemos nestas histórias de resistência utilizando o universo sonoro como um fio condutor.

Com informações do Correio do Brasil e site do evento.