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Venezuelanos apóiam reforma constitucional, mostra pesquisa

Uma pesquisa de âmbito nacional divulgada nesta quinta-feira (18) mostra que a maioria dos venezuelanos apóia a reforma constitucional proposta pelo presidente Hugo Chávez. O levantamento foi feito pela empresa Alemica Estadísticos Consultores e seu objet

Os pesquisadores foram às ruas entre os dias 6 e 9 de setembro. No total, foram ouvidas 1250 pessoas, de 22 dos 24 estados venezuelanos. O resultado do levantamento foi enviado à imprensa nacional e internacional. A margem de erro para o trabalho é 1,6% a 2,7%.



Os dados mostram que se o referendo que decidirá a aprovação ou não da reforma fosse hoje, cerca de 65% da população ficaria ao lado do presidente. A votação está marcada para o dia 2 de dezembro. Abaixo, alguns números que ilustram o favorecimento da posição do governo em 12 itens:





 


Além dos dados mostrados acima, outros chamam a atenção: 58,1% dos entrevistados acreditam que a nova Constituição dará mais poder ao povo; 73% disseram que irão às urnas em 2 dezembro (o voto é facultativo na Venezuela); e 65% aprovam o governo de Hugo Chávez.



Debates em todo o país



No último dia 15 de agosto, Chávez apresentou na Assembléia Nacional o referido projeto de reforma da atual Constituição, datada de 1999. Esse projeto contempla a modificação de 33 artigos e, segundo as palavras do presidente, “busca aprofundar as reformas sociais no caminho de construir um sistema de igualdade, de justiça, que é o socialismo”.



A partir dessa apresentação, se abriu na sociedade venezuelana um profundo processo de discussão em torno do novo texto constitucional. Pode-se dizer que o país se dividiu em dois grupos: um, que debate cada ponto proposto pela reforma; outro, que simplesmente questiona a necessidade de alterar a Carta Magna.



Essa segunda parcela da sociedade é onde se encontra majoritariamente a direita mais reacionária do país, que não aceita qualquer possibilidade de perda de privilégios. No entanto, mesmo nesse setor o discurso é desencontrado, pois até então somente dois pontos da reforma vieram à tona, como bem reflete a mídia brasileira quando trata do assunto: as questões da reeleição indefinida e da propriedade privada.



Nesse cenário, a opção escolhida pelos opositores é a de desacreditar as idéias contidas na reforma, chegando ao ponto de tentar boicotá-la. Para tanto, usam o velho discurso de que “com o comunismo existe a possibilidade de perdemos nossa casa, nossos carros” em nome “da revolução”.



Apesar de dominar os meios de comunicação, a pesquisa mostra que o trabalho feito pela oposição a Chávez não encontra respaldo na maioria da população. O levantamento reflete com clareza o interesse dos venezuelanos em ter, de fato, o poder de participar ativamente nas decisões do país e ver as decisões da maioria sendo colocadas em prática, democraticamente.



Fernando Damasceno,
da redação, com informações do Rebelión