Dilma: "É hora de disputar voto a voto, é hora da onça beber água"

“Eleição é hora de encarar, pensar e ir pra rua disputar voto a voto. É hora da onça beber água. Eu vou botar os pingos nos is”, disse a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, durante comício nesta segunda-feira (29), na região de Campo Limpo, zona sul de São Paulo, com mais de 15 mil pessoas.

Por Dayane Santos, do Portal Vermelho

Padilha, Dilma e Lula campo limpo - Ricardo Stuckert

A candidata reafirmou os compromissos de continuar avançando nas conquistas e garantir a melhoria das condições de vida do povo brasileiro. “Neste domingo, dia 5 de outubro, está em jogo o destino do Brasil. Estão em jogo todas as conquistas deste país. E todas as conquistas devem ser defendidas. Quem não defende conquistas não consegue avançar”, afirmou a presidenta referindo às propostas de Marina Silva (PSB), que ameaçam os direitos trabalhistas e o papel do pré-sal, por exemplo.

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Dilma destacou que seu governo tirou 36 milhões de brasileiros da miséria e o Brasil saiu do Mapa da Fome. “Fui eleita para dar continuidade às conquistas que o presidente Lula fez. O povo, diante das urnas, vai pensar quem tem a capacidade e a competência para levar o país para o rumo certo”, enfatizou.

A presidenta também lembrou que o seu governo tem trazido investimentos para o Estado de São Paulo, apesar do governo do tucano Geraldo Alckmin tentar esconder. “Metrô, monotrilho, rodoanel e outras obras foram feitas com dinheiro do governo federal”, destacou a presidenta ressaltando que não há obra do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida em São Paulo que não tenha recursos federais.

Ao encerrar seu discurso, Dilma disse: “Venho agradecer e pedir humildemente o voto de todos vocês”.

Com o objetivo de garantir a segurança, a organização do evento criou barreiras com grades para impedir a superlotação. A população não gostou de assistir por telões. O que parecia ser um tumulto era na verdade uma busca da multidão para ficar perto, ouvir e ver seus líderes. Levantaram as grades e as pessoas foram calmamente para perto do palanque, sem confusão ou empurra-empurra.

Lula

Ovacionado pela multidão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontou por que a candidata Dilma incomoda os setores mais reacionários do país. “Para aqueles que não ficam satisfeitos com os pobres vivendo melhor, a resposta será dada no dia 5 de outubro fazendo Dilma Rousseff a candidata mais votada”, afirmou Lula.

O ex-presidente recordou que foi na região de Campo Limpo o primeiro comício como candidato ao governo em 1982, e que sempre contou com o apoio da população. “Por isso, Dilma, aqui tem muita gente que é testemunha de como era este país há 12 anos. As pessoas iam ao açougue comprar pé de frango e pescoço e sonhavam em um dia comer carne. Aqui está o retrato do povo brasileiro que conseguiu mudar de vida”, disse Lula.

Ele também não poupou críticas ao governo Alckmin, apontando que o “povo está insatisfeito com a segurança, com o transporte e a saúde” e a mudança virá com a eleição de Alexandre Padilha (PT) para o governo do Estado. “Fico imaginando o dia que o PT governar São Paulo a revolução que a gente vai fazer. Se eleger o Haddad foi bom, imagina eleger o governador de São Paulo e a presidenta deste país”, completou.

Keli com seu esposo Sergio e a filha Nicole

Família presente

O ato foi acompanhado por milhares de pessoas. Jovens, crianças, mulheres e homens foram ouvir de perto Dilma e o ex-presidente Lula. Entre eles estava Keli de Fátima Reiemeerg, de 47 anos, mãe de quatro filhos, moradora do Jardim São Luiz. “Várias coisas mudaram com a eleição de Lula e Dilma. E mudaram para melhor. Por isso, vou votar nela novamente porque deve continuar”, disse Keli que nasceu e trabalha na região.

Ela lembra que nem sempre foi assim. “O governo Fernando Henrique foi um tempo de muitas dificuldades. Espero que Dilma continue para que meus filhos tenham uma vida melhor e tenham as oportunidades que eu não tive”, disse ela.