Depois de banqueiros e Clube Militar, Marina ganha apoio de Steinbruch

O presidente Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Benjamin Steinbruch, disse em entrevista ao SBT exibida nesta terça-feira (23), que considera a candidata Marina Silva (PSB) “uma boa opção para o Brasil andar para a frente”.

Benjamin Steinbruch - AE

Já a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, Steinbruch classifica como centralizadora, mas admitiu que a presidenta “trabalha duro, e quer acertar”.

A candidata Marina tem atraido o apoio dos setores mais atrasados e reacionários. Antes de Steinbruch, o Clube Militar do Rio de Janeiro, o mais conservador do Exército, lançou nota dizendo que a candidata do PSB é “um fio de esperança” para derrotar a candidata do PT, Dilma Rousseff.

Outro que manifestou apoio foi o banqueiro Roberto Setubal que disse que vê “com naturalidade” a eleição de Marina. Era de se esperar, já que Neca Setubal, também herdeira do Banco Itaú, é a coordenadora do programa de governo de Marina e uma de suas mentoras.

CSN deve R$ 4 bilhões ao fisco

Dono da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), maior empresa siderúrgica do Brasil criada no governo de Getúlio Vargas e privatizada no governo de itamar Franco (1993), Steinbruch não poupou críticas à presidenta Dilma, repetindo o discurso pessimista da campanha da Marina e Aécio sobre a economia. Mas ao final demonstrou o motivo de tanto rancor ao criticar a atuação da Receita Federal, que na sua visão aplicaria autuações desproporcionais às empresas.

Steinbruch esperneia porque a CSN foi autuada pelo fisco em R$ 4 bilhões por ter deixado de pagar impostos sobre os ganhos na venda de parte de uma mineradora em 2008. A siderúrgica recorreu.

Steinbruch também levou uns puxões de orelha da presidente Dilma por conta de atrasos nas obras da Transnordestina, ferrovia de 1,7 mil quilômetros projetada para começar no sertão do Piauí e cortar três Estados até chegar ao litoral de ceará e Pernambuco. O atraso da CSN, que é concessionária, foi entendido como uma tentativa de pressionar o governo a rever pontos do contrato.

Ainda sobre a eleição, Steinbruch demonstrou que não se anima com a campanha do tucano Aécio Neves (PSDB). “Tinha uma boa oportunidade. Foi atropelado, como todos, por uma onda. Ainda não terminou. Vamos ver qual é o final da história”, disse.

Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com informações de agências