Governo Dilma quer "padrão copa" para segurança pública no Brasil 

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acredita que a coordenação e a integração das polícias são essenciais para a diminuição da criminalidade no país. Cardozo defende uma mudança constitucional para a ampliação da presença do Estado em territórios vulneráveis.

Governo Dilma quer padrão copa para segurança pública no Brasil - MJ

“Um dos grandes problemas que temos hoje é justamente a segurança pública. Há, infelizmente, um nível de violência e de homicídios muito alto e um número elevadíssimo de crimes contra o patrimônio. Portanto, temos que ter coragem para enfrentar e para traçar as políticas corretas”, disse o ministro.

Atualmente, a maior parte das competências constitucionais em relação à segurança pública são atribuições dos Estados. Mas, segundo o ministro, isso não pode eximir a União de ter um papel ativo na formulação de políticas, na indução de boas práticas, na proposta e no aporte de recursos, “para que possamos ter polícias estaduais bem aparelhadas, atuando dentro das regras legais, para termos um sistema nacional de segurança pública que funcione bem”.

A ideia é usar o sistema de segurança pública montado para a Copa do Mundo como modelo para uma operação permanente no combate ao crime organizado e na redução da violência no País. “Pelas ações do governo federal, integradas com os Estados, nós demos um outro parâmetro para a segurança pública, a partir do que desenvolvemos na Copa do Mundo”, afirmou Cardozo, lembrando que a segurança era um dos grandes desafios para o evento, que era observado pelo mundo inteiro e que muitos apostavam que o Brasil não teria condições de prover.

“Através de um planejamento, de uma gestão bem equilibrada, da integração das polícias e da criação dos Centros de Comando e Controle de alta tecnologia nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo, e de dois Centros Nacionais, um em Brasília e o outro no Rio de Janeiro, fornecemos um padrão de segurança que foi um grande diferencial daquilo que temos visto no Brasil. Mais de 90% dos turistas brasileiros saíram satisfeitos com a segurança pública na Copa”, exaltou o ministro.

Trabalho integrado

Cardozo conta que o governo federal já iniciou o trabalho de integração das polícias. “Tivemos recentemente, no padrão Copa, uma operação no Nordeste, com todos os estados e todas as polícias envolvidas, com o apoio das Forças Armadas, e o resultado foi simplesmente espetacular. Ou seja, o Brasil pode ter sim um padrão de segurança pública permanente no padrão que tivemos na Copa do Mundo”, disse.

A Operação Brasil Integrado foi realizada por três dias (2, 3 e 4 de setembro) em nove estados do Nordeste e resultou na apreensão de 5,2 toneladas de explosivos, 1.405 munições, 107 armas de fogo e 166 veículos, além de 374 prisões. Três quadrilhas foram desarticuladas.

Na Operação foram envolvidos 9.291 agentes da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros e Exército, trabalhando em esquema semelhante ao executado na Copa. No total foram realizadas mais de 67 mil abordagens e 984 barreiras policiais, todas com base em informação de inteligência e com respeito às leis e aos
Direitos Humanos.

“É por isso que a presidenta Dilma Rousseff tem proposto uma mudança na Constituição, para que possamos fazer de forma institucionalizada e permanente o que fizemos pontualmente na Copa do Mundo. Essa é a nossa proposta e tenho certeza que temos condições de viabilizar”, afirmou.

O ministro explica que a integração não diminuiria o papel de nenhuma instituição, já que o governo não propõe mudanças em linhas de comando. “As linhas de comando são respeitadas, a autonomia federativa é respeitada, o que existe é coordenação e integração”.

Da Redação em Brasília
Com Imprensa PT