Marina minimiza crítica à espionagem e defende “nova” política externa

A posição reacionária de Marina Silva (PSB) vai se aprofundando a cada entrevista ou declaração em ato político de campanha. Desta vez, a candidata do PSB resolveu tecer posições sobre a política externa brasileira em entrevista a The Associated Press, que foi comentada e celebrada pelo jornal britânico “The Independent”, desta quinta-feira (18).

Marina Silva - Reuters

Marina minimizou a espionagem norte-americana, mas quando questionada se manteria a política de relações com Cuba, Venezuela, China e Irã, ela tergiversou afirmando que o Marina diálogo nesses casos é essencial.

Segundo Marina, o povo cubano precisa de ajuda para “fazer uma transição do regime atual para a democracia”, mas por outro lado, defendeu a aproximação com o governo dos EUA e, indiretamente, criticou a postura da presidenta Dilma Rousseff, que rechaçou na ONU a espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana.

Em defesa da soberania brasileira, Dilma denunciou a ação criminosa em plenária da ONU e cancelou um convite feito pelo presidente norte-americano Barack Obama para uma visita formal de Estado.

O que Marina não se conforma é com o fato do convite de Obama – que foi o primeiro feito a um líder brasileiro em duas décadas e a primeira vez que um líder internacional rejeitou -, é resultado o protagonismo do Brasil na política externa, que buscou novos polos de poder e a intensificação dos laços com a América Latina, diferente da política tucana – elogiada por Marina – que priorizava as relações com as grandes potências fechando acordos que ampliavam a dependência externa do Brasil.

Marina tomou distância da posição brasileira em face da espionagem ianque. Mesmo dizendo quese trata de “grave erro”, afirmou também que se estivesse no lugar de Dilma seguiria em frente. “Ambos os países precisam melhorar esta situação, para reparar os laços de cooperação”, disse ela. “O governo brasileiro tem o direito absoluto de não aceitar tal interferência, mas também não pode ficar simplesmente estagnado por conta deste problema. Vamos ter força de vontade suficiente para reconstruir esse relacionamento”, completou Marina.

Erro é consequência de uma ação inesperada, sem planejamento ou conhecimento, o que não pode ser atribuído à espionagem norte-americana. As revelações feitas no ano passado pelo ex-agente da CIA, Edward Snowsen, mostrou um vasto esquema de espionagem eletrônica, organizado e planejado pelo Pentágono com anuência e supervisão de Washington.

Mas em sua subserviência, Marina acredita que as ações terroristas, arrogantes e antidemocráticas do governo norte-americano não devem ser repelidas. Ao contrário do tratamento aos governos progressistas, cujo compromisso é promover a igualdade e a qualidade de vida do seu povo, como Cuba, Venezuela e China.

Subserviência não muda

Em 2010, a então pré-candidata pelo PV e senadora Marina Silva endossou o coro da grande mídia e criticou, em entrevista à rádio CBN, a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação aos governos da Venezuela e de Cuba.

No ano passado ela escancarou o seu direitismo político e o rancor quando em 5 de outubro, ao oficializar a aliança com o PSB, disse que estava na chapa para lutar “contra o PT e o chavismo que se instalou no Brasil”.

Com tais posições, o jornal britânico coloca a candidata num pedestal afirmando que Marina “poderia melhorar as relações do Brasil com os Estados Unidos, além de ampliar a pressão internacional em prol dos direitos humanos”.

Como vemos, sua aliança é com os setores mais reacionários e atrasados do Brasil. A “nova política” que tanto papagueia e diz representar, não passa da velha subserviência à oligarquia e aos ditames imperialistas.

Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos