Wanderley: “Marina é o que há de mais atrasado no espectro político”

A afirmação é de cientista político mais renomado do Brasil, Wanderley Guilherme dos Santos, em entrevista a Rede Brasil Atual. Segundo ele, a oposição brasileira quer colher o que não plantou, enquanto que Dilma, em continuidade ao governo Lula, abriu um novo ciclo de desenvolvimento.

Wanderley Santos

“Marina Silva é o que há de mais atrasado dentro do espectro político brasileiro. Ela é atrasada economicamente, na concepção de sustentabilidade, na modernização da política da produção, em termos de costumes sociais, em relação a tudo. É uma missionária retrógrada”, enfatizou Santos, que é professor aposentado de Teoria Política da UFRJ, professor e fundador do Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj).

Especuladores morais

Na entrevista ele também falou sobre o que chama de “especuladores morais”, que criam factoides políticos para beneficiar seus interesses. “Os especuladores dos mercados financeiros lucram com expectativas. Não criam nada, captam recursos e os revendem. O lucro deles não vem da criação de produto. Vem da diferença obtida com a especulação. A mesma coisa são os especuladores do mercado político. Eles criam fatos e factoides, em que podem eventualmente “lucrar” algo, um acréscimo em termos de aprovação, mas sem a criação de um projeto. A fama ou o apoio que recebem não decorre de uma sugestão de valor nacional ou econômico, mas de uma expectativa”, ressalta.

Santos frisou que o discurso simplista de “vamos acabar com a corrupção” ou “isso tudo precisa mudar” não decorre de ação concreta, mas “da manipulação de expectativa”.

Governo Dilma

Ele destacou que as políticas sociais iniciadas por Lula em 2003, e os atuais investimentos em infraestrutura do governo de Dilma Rousseff, candidata à reeleição, foram durante anos negligenciados pelos governos brasileiros.

“Na década de 1930, o debate fundamental era se o Brasil só devia exportar ou se devia criar indústria. Então, durante todas essas décadas, em não havendo sonho da possibilidade de um país moderno, não foram lançadas as condições básicas dessa modernidade, rodovia, ferrovia, aeroportos, transportes hídricos, nada. Isso tem a ver com o PIB, hoje dito pequeno, e do qual a oposição brasileira deseja se aproveitar nos próximos anos”, argumentou.

Segundo Wanderley Santos, para o Brasil crescer mais é preciso manter os investimentos em infraestrutura. “Reduz um pouco a capacidade de crescimento. A política social “cria problemas” para si própria. Excelente! O que está sendo feito é o Brasil do século 21. A fase do governo dos trabalhadores se deu em duas etapas, de 2003 a 2006 e 2007 para cá. Agora virão os grandes PIBs”, pontuou.

Fonte: Rede Brasil Atual