Dilma debate reforma política e valorização da cultura com jovens

Neste domingo (7), a candidata à reeleição Dilma Rousseff se reuniu no Palácio da Alvorada com representantes da juventude para conversar sobre reforma política e discutir questões como movimentos sociais, produção cultural da periferia, preconceito e homofobia.

Dilma com jovens

Os movimentos de junho do ano passado e seus reflexos serviram como eixo para a conversa. “Nosso primeiro junho foi a chegada de um torneiro mecânico à presidência. Ali, aqueles que não acreditavam que sairiam da invisibilidade saíram”, afirmou Pablo Capilé, do Coletivo Fora do Eixo.

Depois de 12 anos, a juventude é muito mais exigente. “Queremos utopias”, disse Dilma, “mas temos de entender o que vem acontecendo no Brasil: nós fizemos grandes transformações”, completou a presidenta.

Exemplo disso é Andréia Cristina, da juventude do MST, filha de assentados, médica e professora universitária. Andréia destaca a necessidade da reforma política: o Congresso não nos representa – não tem mulheres, negros nem jovens.

“Eu acredito profundamente na força transformadora da participação popular. A grande inovação vai ser botar o povo pra falar o que quer”, afirmou Dilma.

Para Sérgio Faria, do Circo Crescer e Viver, é preciso reconquistar quem desenvolveu o discurso de ódio. Ele ainda destacou a necessidade de valorizar a cultura no país. Bruno Ramos da Silva, da Liga do Funk, vê como fundamental que o governo e a sociedade valorizem o movimento funk, reconhecendo-o como um movimento cultural, representante da periferia, junto com o skate e o hip hop – pautas importantes da juventude. Dilma demonstrou interesse no assunto. O encontro contou com a participação também de Mateus Aragão, do Eu Amo Baile Funk.

Alfredo Santos, Secretário Nacional de Juventude da CUT, lembrou que “nossa juventude não viveu o neoliberalismo”. Dilma destacou que existe uma tentativa de ameaça de retornar ao passado neoliberal com o programa de governo apresentado por Marina Silva (PSB). Segundo Dilma, a redução do papel do pré-sal e dos bancos públicos é o que mais preocupa.

Vinicius Alves, da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, ressaltou ainda o recuo de Marina nas questões LGBT, que preocupa a todos que lutam por direitos humanos e saudou o posicionamento de Dilma pela criminalização da homofobia.

O encontro revelou uma juventude diversa e disposta a discutir política. A presidenta finalizou o encontro ressaltando a necessidade de superar a criminalização da política e buscar cada vez mais possibilidades de participação e efetiva representação da população.

Fonte: Muda Mais