Política de Dilma para cultura será elaborada com sociedade 

Com o objetivo de ouvir os movimentos culturais do país e construir um ambiente colaborativo para a elaboração da proposta de cultura para seu plano de governo, a campanha de Dilma Rousseff realizou ampla reunião, semana passada, em Brasília, com representantes de mais de 40 entidades. Todos eles apresentaram propostas e reivindicações e assumiram o compromisso de participação na elaboração do documento final. 

Política de Dilma para cultura será elaborada com sociedade

O coordenador geral do programa de governo de Dilma, Alessandro Teixeira, reconheceu que a interlocução do governo com movimentos sociais foi fraco no último período. “Construir um plano de governo, especialmente na cultura, onde os movimentos sociais não participem é especialmente complicado, por isso eu vejo essa reunião de maneira muito positiva”, acrescentou Teixeira.

“Vocês não estão aqui porque estão a reboque. Nós precisamos da densidade dos programas de cada um. Vocês estão aqui para garantir que a política de cultura, que será construída em conjunto, seja cumprida”, assegurou Teixeira.

Alexandre Santini, da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, defendeu a importância da participação dos movimentos na construção das propostas. “Protagonismo da formulação do programa de governo tem de ser dado aos movimentos. Não pode ser apresentado a este segmento uma formulação já pronta.”

Reunião de virada

“É uma reunião de virada. Ela indica que os movimentos artísticos e culturais passam a ser incorporados à coordenação (de campanha e governo) da área da cultura”, disse o secretário Nacional de Cultura do PCdoB, Javier Alfaya, que, reafirmando as reivindicações que vem sendo feita na maioria das reuniões pelos movimentos culturais, defendeu que a cultura esteja no centro do projeto de desenvolvimento do país.

Santini saiu satisfeito com o resultado da reunião: “Em cultura o dissenso é regra. Nesse sentido, a polêmica e a discussão são saudáveis para o processo. Foram ouvidos segmentos que tinham muito a acrescentar ao programa de governo. E apesar do espaço curto em termos de campanha, o diálogo agora tem tudo para se estender num eventual governo.”

Edmilson Souza e Glauber Piva, coordenadores de todo o processo de escuta em torno das políticas públicas de cultura, ressaltaram a importância do cumprimento de mais essa etapa. Para Edmilson, “essa reunião em Brasília demonstrou a grande capacidade que a cultura tem de aglutinar energias da sociedade. O que vimos aqui foi gente do país inteiro cobrando orçamento para o Ministério da Cultura e exigindo que ele seja relevante no debate político nacional”.

Glauber , por sua vez, afirmou que “o que se percebe é que o movimento cultural brasileiro não quer mais disputar uma ou outra política específica, mas ampliar a noção de cidadania cultural e incidir de maneira determinante no desenvolvimento do país.”

Da Redação em Brasília
Colaborou Carla Santos