A luta pelo socialismo é a essência da classe trabalhadora

“Semeador de Liberdade: Wilson Furtado, Vida e Luta”, de Everaldo Augusto apresenta às novas gerações a biografia do sindicalista. A história da vida de Wilson Furtado se mistura à história do sindicalismo na Bahia e mostra porque a CTB é a maior central sindical do estado, pois nasceu das lutas dos trabalhadores e Wilson foi um dos militantes mais destacados na tarefa de empoderar a luta dos trabalhadores rurais no estado.

Por Marcos Aurélio Ruy, no portal da CTB

Capa do livro Semeador - CTB

Para Everaldo Augusto, Furtado “foi precursor do sindicalismo classista no campo, aliando a luta específica à luta geral por liberdades e introduziu novos temas na agenda dos sindicatos rurais”, argumenta Lourival Gusmão em seu depoimento para o autor do livro. “O mais interessante é que ele era muito bem entendido pelos camponeses, tanto que seu sindicado tinha milhares de sócios em dia”.

O sindicalista e militante comunista fundou e presidiu o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Correntina, no sertão baiano, cidade onde viveu a maior parte de sua vida, para organizar a luta contra os desmandos dos latifundiários. Dessa forma, viu-se ameaçado de morte como muitos líderes camponeses na história brasileira. Também foi dirigente destacado da Federação dos Trabalhadores na Agricultura da Bahia (Fetag-BA) e dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

“Ele não perdia o foco da grande política, não perdia tempo com brigas menores. Nisso ele se diferenciava dos demais dirigentes sindicais rurais, mesmo os da igreja que participavam de cursos e mais cursos de formação”, reforça Claudio Bastos, presidente da Fetag-BA.

Furtado nasceu no interior de São Paulo e veio morar na capital tornando-se líder operário importante. Por isso, na época em que o PCdoB articulava a Guerrilha do Araguaia ele foi destacado para o sertão baiano para fazer levantamento topográfico da região e conhecer as pessoas do local. Como importante quadro do partido ele “foi deslocado para os cerrados da região central do Brasil, junto com outros militantes. A tarefa principal do grupo era organizar uma base de apoio à Guerrilha do Araguaia no Oeste baiano”, explica Everaldo.

Após a desarticulação pelo Exército da Guerrilha do Araguaia, em meados dos anos 1970, Wilson Furtado ficou meio sumido, mas reapareceu organizando a luta contra a grilagem e pela reforma agrária no Rio Corrente, região de grande violência do latifúndio e das reflorestadoras contra os trabalhadores rurais.

“As qualidades políticas e pessoais de Wilson Furtado e é um inegável resgate histórico da luta dos trabalhadores sob difíceis condições da falta de liberdade que imperava no país. Sem dúvidas, semear liberdade em tempos de chumbo é uma tarefa heroica que merece ser celebrada nestes tempos de vida democrática como exemplo de fé e coragem”, declara o autor.

Ele sempre dizia que “o socialismo é o que importa”, falando sobre vaidades e questões pessoais que devem guardar distância da luta. “Wilson Furtado foi um exemplo para todos nós e deixa com sua humildade, o seu nome na história e na luta dos trabalhadores”, afirma o vereador do PCdoB em Itabuna (BA), Aldenes Meira.

Um importante sindicalista classista que a história precisava ser contada e o vereador comunista Everaldo Augusto realizou essa tarefa com qualidade. “Personagem central deste livro, Wilson chegou ao final da vida como símbolo do combativo sindicalismo rural baiano e da batalha secular pela reforma agrária”, assinala André Cintra no prefácio da obra. O Livro relata a abnegação de Wilson Furtado em organizar a classe trabalhadora para estudar e compreender as vicissitudes do capital e assim lutar melhor para construir a nova sociedade, o socialismo. Para Furtado a luta pelo socialismo é a essência da classe trabalhadora.

A aquisição do livro pode ser feita através de solicitações no endereço eletrônico do autor:[email protected]