Marina não explica irregularidades de avião suspeito de caixa 2

Em entrevista ao Jornal Nacional nesta quarta-feira (27), a candidata Marina Silva (PSB) falou sobre o uso do avião que caiu em Santos, vitimando Eduardo Campos, dizendo que sabia da transação financeira, mas que “não sabia” que as empresas eram de laranjas.

Marina JN - Reprodução

A candidata confessou durante a entrevista que sabia que o pagamento do aluguel do jatinho seria feito pelo Comitê Financeiro da campanha, mas destacou que não sabia que as empresas dos proprietários eram “laranjas” e, sem dar mais explicações, recorreu à memória de Campos, dizendo: “Espero que não se cometa injustiça contra Eduardo Campos”.

Mas comoção à parte, Marina sabia da transação. A aeronave pertencia ao grupo AF Andrade, de usinas falidas de etanol em São Paulo, e foi repassada a amigos de Eduardo Campos, que assumiram o pagamento de parcelas pendentes do leasing. No entanto, para fazer o pagamento foi montada uma manobra financeira com o uso de laranjas. O principal pagamento veio de Eduardo Ventola, dono de uma factoring em Recife. O empréstimo da aeronave não foi declarado à Justiça Eleitoral.

“Neste momento, queremos todos os esclarecimentos. Pedimos o avião emprestado. E isto seria pago posteriormente. Esperamos que a Polícia Federal investigue, porque eu, assim como todos os brasileiros, quero respostas”, despistou Marina.

Contradição das elites de Marina

Willian Bonner e Patrícia Poeta não fizeram tantas interrupções, mas seguiram o tom de pressão das demais entrevistas. Questionada sobre o seu baixo desempenho nas eleições de 2010 no Acre – estado de origem da presidenciável –, Marina atribuiu a sua terceira colocação às elites.

A candidata citou o provérbio que diz que “é muito difícil ser profeta em sua própria terra” e enfatizou que as elites locais interferiram. “Tive que confrontar muitos interesses no meu estado do Acre ao lado de Chico Mendes, ao lado de pessoas que se posicionaram ao lado da Justiça, da defesa dos índios, dos seringueiros, da ética na política. Isso fez com que eu tivesse que seguir uma trajetória que não era o caminho mais fácil.”

A declaração de Marina se contrapõe ao que a candidata disse no debate da TV Bandeirantes, na terça-feira (26) em que afirma que o Brasil precisa de “mais elites” e que Chico Mendes era elite como Neca Setúbal, dona do Itaú e coordenadora de seu plano de governo.

Bonner apontou que seu vice, o senador Beto Albuquerque, tem posições conflitantes com as bandeiras que ela defende e a confrontou sobre o discurso que faz da “velha política“ que se contradiz com as alianças que faz. Marina minimizou dizendo que tem uma trajetória de "trabalhar com os diferentes".

Da Redação do Portal Vermelho
Com informações de agências