Flip termina com mais 30% de público e inovações aprovadas

Com aumento de 30% de público em comparação ao ano passado, a 12ª edição da Feira Literária Internacional de Paraty (Flip) resgatou os princípios e a missão original da festa, criada em 2003, ao democratizar o acesso às mesas de discussão e interagir mais com a cidade. A avaliação é dos organizadores do evento, que fizeram um balanço da festa que terminou neste domingo (3) ao após cinco dias de intensa programação.

Flip 2014 - Reprodução

As mudanças de formato, como telões ao ar livre transmitindo as mesas da programação principal e o show de abertura com a cantora Gal Costa, pela primeira vez gratuito, são exemplos da busca de maior integração com os espaços públicos, disse o diretor do evento, Mauro Muñoz. “Cada vez mais fomos distribuindo esse acesso, pensando em como a cidade funciona, pois é uma cidade onde é muito bom fruir os espaços urbanos.”

Integrante do conselho diretor e diretora executiva da Flip, Izabel Costa Cermelli, que é paratiense, percebeu nas ruas que a nova arquitetura retomou o espírito da primeira Flip e mudou a relação da cidade com o evento. "O público se sentiu mais à vontade para se aproximar e participar das instalações – essa nova arquitetura retomou o espírito da primeira Flip, ao revelar que esse resultado é fruto também das manifestações de rua do ano passado, que levaram a organização a refletir sobre o grau democracia do evento, de abertura e acesso aos conteúdos.

"Terminei esta Flip com um gosto diferente das Flips anteriores. Lembrou-nos o que era aquele sonho no começo, o que queríamos para Paraty e para esse evento e ela trouxe esse gosto de volta", acrescentou Izabel.

O curador da Flip, Paulo Werneck, chegou a brincar dizendo que esta foi a "Flip das Flips", parafraseando expressão usada pela presidenta Dilma Rousseff ao se referir à Copa do Mundo no Brasil. A Inovação foi a marca desta edição, "a tenda inovou, os telões inovaram, o design gráfico”, afirmou Werneck, ao ressaltar novos formatos também da programação e núcleos de discussão, como as questões indígena e da Amazônia. “Conseguimos oferecer muitos ângulos e portas de entrada para o público, que participou da festa como protagonista." Para o curador, com o êxito deste ano, o formato das tendas anteriores tornou-se obsoleto.

A página oficial da Flip na internet teve cerca de 1 milhão de acessos. Aproximadamente de 60 mil pessoas se inscreveram na página do evento nas mídias sociais. E, pela primeira vez, o áudio de todas as mesas estará em breve disponível na íntegra no YouTube.

Outra novidade, a "fila do último minuto", que vendia ingressos para assentos não ocupados, também contribuiu para o sucesso de público de todas as 23 mesas da programação oficial. "Muita gente compra vários ingressos com antecedência, mas nem sempre dá conta de assistir a todas as mesas", explicou Muñoz. “Ao longo desses 12 anos, aprendemos a lidar com isso. Então, ficou tudo muito bem distribuído e foi uma boa conquista.”

Durante os cinco dias de evento, foram oferecidas mais de 200 atrações entre shows, lançamentos de livros, peças de teatro, mesas de debates e filmes. Os organizadores estimam que mais de 26 mil pessoas tenham passado pela festa em Paraty.

Fonte: Agência Brasil