Mercosul reuniu-se na Venezuela para reforçar a integração regional

Chefes de Estado se reuniram nesta terça-feira (29) para a reunião da 46ª Cúpula do Mercosul, em Caracas, na Venezuela. Além da presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, e do anfitrião Niocolás Maduro, participaram da reunião, José Mujica, do Uruguai, Cristina Kirchner; da Argentina, Horácio Vartes, do Paraguai e Evo Morales, da Bolívia, país que está em processo de incorporação como membro pleno.

Anfitrião, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um chamamento por um maior protagonismo do bloco, a fim de acelerar as mudanças econômicas na conjuntura atual, com vistas a consolidar a integração regional. Maduro ressaltou também que os países membros do Mercosul são ativos promotores de novas tendências no mundo.

Maduro afirmou ainda que é necessário acelerar a ativação do Banco do Sul e considerou factível a aproximação do Banco do Sul ao novo Banco de Desenvolvimento criado pelo Brics. Finalmente, Maduro agradeceu à acolhida favorável que teve a proposta de criar uma Zona Econômica entre o Mercosul, Petrocaribe e a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba).

Governo brasileiro reitera chamado por cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza

Na reunião, a presidenta Dilma Rousseff reforçou o pedido do governo brasileiro por um cessar-fogo imediato, abrangente e permanente entre as partes envolvidas no conflito na Faixa de Gaza. Ela falou sobre o compromisso com a estabilidade e com a paz em todos os quadrantes do mundo.

Desde o início, o Brasil condenou tanto o lançamento de mísseis contra Israel, como também o uso desproporcional da força israelense que resultou num elevado número de vítimas civis, segundo Dilma. Ela defende que o diálogo pela paz na região do Oriente Médio passa pelo reconhecimento e construção dos Estados de Israel e da Palestina.

“Consideramos que para a estabilidade da região e até para a segurança de Israel, a existência dos dois Estados é precondição. Acreditamos que o conflito israelo-palestino é um conflito que tem um potencial de desestabilizar toda aquela região. Por isso, reiteramos essa questão do cessar-fogo imediato, abrangente e permanente”, frisou a presidenta.

Apoio contra fundos abutres

A presidenta da Argentina, Cristina Fernandez Kirchner, agradeceu em Caracas o apoio recebido dos países do Mercado Comum do Sul ( Mercosul) em relação à contenda com os grupos financeiros americanos apelidados de fundos abutres.

Ao intervir na abertura da Cúpula do bloco, a chefe de Estado explicou aos participantes o processo a que seu país foi submetido por parte dos fundos especulativos, segundo ela "uma verdadeira agressão".

Cristina assinalou que a Argentina não está "em default" ou em débito, como desejam, e isso não tem sentido porque o país já pagou suas dívidas, "daí que estejam nos ameaçando dizendo que se não fizerem o que querem que façamos, virão outras pragas contra nós".

Cristina Kirchner, presidenta da Argentina

Cristina disse que na segunda-feira seu país pagou US$ 650 milhões como estabeleceu a primeira cota de um acordo com o Clube de Paris e reafirmou sua decisão e ações encaminhadas a pagar seus credores de forma justa, equitativa, legal e sustentável.

Cristina disse também no discurso que estava feliz por estar em Caracas, mas sentia a falta de Hugo Chávez, falecido em 2013, "mesmo assim, sinto que está aqui conosco".

Também deu as boas vindas do bloco ao Paraguai, país que foi o primeiro da região que teve ferrovias e fornos de alta siderurgia. "Durante o século 19 foi um país industrial, mas todos sabemos o que aconteceu com o que alguns de nós chamamos com a guerra da tríplice vergonha".

"Quero render homenagem especial ao retorno do Paraguai e à presença de seu presidente aqui, no seio de nossa entidade regional", afirmou.

O governo da Venezuela passou, em seguida ao discurso, a presidência temporária do grupo para a Argentina.

Da redação do Vermelho
Com agências