“Minas passa por um esgotamento do modelo tucano”, afirma Jô Moraes

Seguindo à série “Eleições PCdoB 2014”, o Portal Vermelho chega a Minas Gerais e entrevista a dirigente comunista e candidata à reeleição a deputada federal Jô Moraes, que expõe sua trajetória política e seu histórico no movimento social.

Laís Gouveia, da Redação do Vermelho

Jô: empoderamento da mulher é dever do Estado e da sociedade

Jô Moraes afirma que a luta pela liberdade e a luta feminista sempre foram fatores que pautaram sua vida política: “Iniciei minha militância nos duros tempos da ditadura, no movimento estudantil. Anistiada, priorizei minha ação na luta emancipacionista das mulheres. Compartilhei com João Amazonas e outras companheiras a formulação da política do partido sobre a questão da mulher. Fui a primeira presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM) e exerci vários cargos nessa área. Hoje sou coordenadora da bancada feminina da Câmara dos Deputados depois de ter sido líder da bancada do PCdoB”.

Em relação à conjuntura nacional, a dirigente diz que o Brasil é um país de desigualdades seculares, forjadas pelo tipo de construção econômica desde a sua descoberta, e que não enfrenta de forma simples os desafios de desenvolver e incluir sua população. “Foram muitos os períodos históricos em que o povo lutou para avançar e teve interrompido o seu caminho. Por isso é tão importante reconhecer os esforços que o governo da presidenta Dilma vem realizando, na continuidade das pegadas de Lula, para reduzir essas mazelas e alcançar um novo patamar para sua gente. Acrescente-se a isso a estrutura política elitista e autoritária de nossa República que torna ainda mais difícil a participação do povo através de suas pressões transformadoras. É preciso entender que são essas pressões e um governo suscetível às mudanças que podem fazer o país avançar. Reeleger Dilma é o caminho para garantir um governo de compromisso com as mudanças, que continue escutando as ruas em manifestações organizadas para dar novos saltos e alcançar novas conquistas.”

Jô aponta que os últimos governos tucanos foram muito negativos para Minas Gerais. “O estado é o segundo colégio eleitoral e o terceiro PIB do país. Teve um desenvolvimento histórico retardado e tecnologicamente atrasado em sua estrutura produtiva. Seu impulso industrial fruto da 2ª Guerra e seu salto de meados da década de 1970 resultaram de investimentos do capital estrangeiro, do setor público e de poucos capitais nacionais. Ainda vive da exportação de produtos primários, sem valor agregado. Por isso depende tanto de recursos públicos para movimentar sua economia. O modelo neoliberal vigente nos últimos governos levou a um enfraquecimento da estrutura do estado, que vive grave crise. A mudança de governo passa a ser uma exigência objetiva da vida. Por isso são reais as possibilidades da vitória de um novo projeto, encabeçado por Dilma e os partidos membros da coligação, em torno da candidatura de Fernando Pimentel.  Será uma dura batalha, porque o tucanato está disposto a não deixar o poder.”

A dirigente comunista afirma que “O PCdoB quer contribuir decididamente para a reeleição de Dilma, sabendo os desafios de enfrentar um candidato que tem as elites brasileiras em seu apoio. Compreendo que há um clima de esgotamento da experiência tucana na administração estadual que favorece a campanha de Fernando Pimentel para o governo”.

“O PCdoB se prepara para dobrar sua bancada federal e sua bancada estadual como forma de reforçar o campo de esquerda num estado tão complexo como Minas Gerais. Tem como objetivo reeleger sua atual deputada Jô Moraes e eleger o presidente do partido Wadson Ribeiro. Como já tem dois deputados estaduais pretende ampliar a bancada com uma boa chapa própria”, conclui.