Chanceler Figueiredo responde às ofensas de Israel contra o Brasil

Em declarações à imprensa, nesta quinta-feira (24), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, respondeu às críticas ofensivas lançadas pelo governo de Israel contra a nota emitida no dia anterior, pelo Itamaraty, sobre a situação na Faixa de Gaza, devastada pelos bombardeios contínuos israelenses há quase 20 dias.

Figueiredo - Antonio Cruz Agência Brasil

O chanceler Figueiredo, redator do breve texto divulgado na terça (23) pelo Itamaraty, embora condene também o Hamas pelos foguetes lançados contra o território de Israel, enfatizou que o governo rechaça a violência da ofensiva israelense, que já resultou em mais de 800 mortes entre os palestinos da Faixa de Gaza. Entre 70% e 80% das vítimas são civis, inclusive centenas de crianças e mulheres, de acordo com o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Além disso, o chanceler explicou a decisão de chamar o embaixador do Brasil em Israel para consultas em Brasília. O governo israelense e a sua chancelaria reagiram às medidas do governo brasileiro de forma insultuosa, alegando também que, ao invés de contribuirem, esses passos dão "estímulo ao terrorismo".

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Um porta-voz do governo israelense ainda foi citado pelo jornal The Jerusalem Post e pela Folha de S. Paulo dizendo que a posição brasileira "demonstra" porque o Brasil, "um gigante cultural e econômico, é um anão diplomático", ainda que o país seja um dos únicos 11 com relações com todas as nações do mundo.

O mesmo porta-voz voltou a insultar o Brasil, respondendo a uma das condenações brasileiras à ofensiva contra Gaza: "A resposta de Israel é perfeitamente proporcional de acordo com o direito internacional. Isso não é futebol. No futebol, quando um jogo termina em empate, você acha proporcional e quando é 7 a 1 é desproporcional. Lamento dizer, mas não é assim na vida real e sob o direito internacional", disse Yigal Palmor, em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo.

Ouça a seguir o áudio das respostas do chanceler Figueiredo, na página do Itamaraty no Youtube.

Por Moara Crivelente, da Redação do Vermelho