Irã prevê semana difícil para negociações nucleares em Viena

O Irã reafirmou nesta segunda-feira (14) sua vontade de chegar a um acordo definitivo com seis potências mundiais sobre seu programa nuclear, ainda que previu que os próximos sete dias serão difíceis no esforço de promover a confiança mútua.

Mohamed Javad Zarif - Reuters

Autoridades do Governo afirmaram que as reuniões em Viena entre o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, e seus homólogos dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) concluíram sem resultados tangíveis justo quando as conversas entram na última semana do cronograma inicial.

O ministério de Relações Exteriores da república islâmica reafirmou, no entanto, que continua interessado em atingir um pacto com o Grupo 5+1 (os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais Alemanha), e para isso poderiam inclusive estender as conversas para além de 20 de julho.

Depois de 12 dias de discussões entre representantes persas e do G5+1 na chamada rodada Viena-6, Zarif dialogou bilateralmente no domingo com o secretário de Estado estadunidense, John Kerry, e suas contrapartes europeias com as quais disse ter mantido "boas discussões", mas foi prudente.

"Não chegamos ainda a um acordo, mas as discussões foram muito boas e senti que todas as partes estão interessadas em achar uma via para o entendimento, espero que esta atmosfera continue", explicou.

Em todas as negociações, os membros do G5+1 tentam achar novos métodos para resolver as divergências e eliminar os obstáculos que existem, explicou o próprio titular iraniano, ao advertir que "prognósticos unilaterais ou a imposição de limitações não ajudariam".

Segundo as autoridades, Zarif indicou que lhes espera "uma semana de trabalho pesado" mas se mostrou otimista de que se todos tentarem "firme" e pensarem juntos se atingirá um resultado, ainda que chamou o G5+1 a mostrar boa fé nas conversas, pois "a confiança é uma via de duas mãos".

As reuniões na capital austríaca tem o objetivo de conseguir um acordo global final que complemente o parcial assinado entre as partes em novembro passado em Genebra e que entrou em vigor no dia 20 de janeiro deste ano por um período de seis meses.

Por causa desse acordo, o Irã se comprometeu a limitar certas atividades de seu programa atômico em troca de que o Ocidente flexibilizasse as sanções econômicas impostas anos atrás.

Zarif escreveu ontem em sua conta de Twitter que não se envolveria no jogo de ficar trocando acusações e preferia apostar no esforço sincero para chegar ao acordo. "Somos capazes de fazer história nesta ocasião no próximo domingo", afirmou em referência ao dia 20 de julho.

Por outro lado, Kerry declarou a jornalistas em Viena que depois de seu diálogo com Zarif permanecem "algumas discrepâncias importantíssimas" entre o Irã e o G5+1; já o vice-chanceler russo Sergei Ryabkov defendeu a proposta de um acordo final "balanceado e que não infrinja nenhum interesse" das partes.

Fonte: Prensa Latina