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Deputado protesta contra “informações falsas” sobre livros didáticos

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) criticou, nesta terça-feira (2), da tribuna da Câmara, os recentes artigos de autoria do diretor-executivo da Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel, nos quais “condena” vários livros didáticos adotados no Brasil.


“Através de vários artigos, Ali Kamel tem acusado o governo Lula de instituir livros didáticos direcionados ideologicamente para apologia do marxismo e do comunismo. (Ele) é um falsificador de informações porque omitiu cinicamente que o livro que ele condenou foi adotado no governo FHC em 2002 e retirado em abril deste ano, no governo Lula”, disse Ferro. O livro é o “Nova História Crítica”, de Mário Schmidt, editado pela Nova Geração.



De acordo com o parlamentar petista, Ali Kamel age com “irresponsabilidade, falsidade ideológica e cinismo” ao anunciar que o livro Nova História Crítica seria um “catecismo de comunismo e de marxismo”, sem citar que a obra não é escolhida pelo MEC, mas sim, indicada por uma comissão de pedagogos e professores de várias universidades brasileiras, após análise.



Na opinião de Fernando Ferro, por trás da elaboração dos artigos na verdade, haveria interesse econômico. “Por trás dessa atitude desonesta ideologicamente, está um negócio de edição de livros didáticos de mais de R$ 500 milhões. O senhor Ali Kamel parece muito com um lobista de interesses multinacionais, no caso a editora espanhola Santillana”. Essa editora é dona, no Brasil da Editora Moderna, que também participa das licitações para a venda de livros didáticos.



Ferro observou que grupos editoriais estrangeiros estão invadindo o mercado de livros didáticos no Brasil, fazendo “concentração brutal do mercado de livros didaticos e praticamente varrendo da competição as pequenas editoras”. Ele informou que, em 1985, havia aproximadamente 64 editoras; em 1998, o número caiu para 25 e, em 2006, eram apenas 12 editoras.



Mentiras- Kamel, ao procurar “incutir” mentiras sobre o governo Lula na opinião pública, disse Fernando Ferro, é movido também pelo interesse ideológico. “Ali Kamel quer atender aos interesses da empresa Santillana, ligada ao jornal El País, que, por sua vez, é afinado ideologicamente com o grupo Opus Dei. Esse grupo reacionário, conservador de direita, católico, anticomunista é conhecido por suas ações no mundo”, disse.
 


Na avaliação de Fernando Ferro, agindo como “censor de bons costumes e tentado criar denúncias sobre o governo Lula”, Ali Kamel “mente e omite” informações e, em contrapartida, não se preocupa com a programação da TV ´por ele dirigida. “Ele parece querer orientar ideologicamente os estudantes brasileiros, mas é estranho, porque ninguém vê nenhum comentário sobre as preocupações didáticas de Ali Kamel com a qualidade da programação global, sobre seus apelos erotizantes e pouco pedagógicos que são impostos à população e à juventude do Brasil”.



Fonte: Informes