Peru: Humala e García debaterão no próximo domingo

Agora só falta definir os temas que serão abordados e se previamente também participarão as equipes técnicas de ambos grupos políticos, além do lugar e do moderador. Humala, que propôs a data, assegurou sua disposição de ir diretamente ao debate com o líder aprista sem confrontar previamente as equipes técnicas, tal como se planejava anteriormente.

“Se García não tem confiança em seus vice-presidentes nem em suas equipes técnicas, não tem problema. Mas o importante é que nós temos apresentado uma proposta e ele não”, comentou Humala, o tenente coronel aposentado que ganhou o primeiro turno com ampla vantagem. “Nós estamos dispostos em confrontar idéias, esperamos que García deixe de lado envaidecimentos e diga de uma vez por todas se quer ou não debater”, reiterou.

Depois de várias semanas de discussão, o primeiro diálogo sobre o encontro aconteceu há dez dias mas não teve seus resultados divulgados à imprensa. Dois dias depois, o secretário geral do Apra, Jorge Del Castillo, anunciou a suspensão momentânea das conversações com o UPP. Os seguidores do ex-presidente (1985-1990) acusaram seus oponentes de serem responsáveis pelo surgimento de cartazes em uma avenida central da capital que se refere ao ex-presidente como genocida.

A coalizão de Humala negou qualquer vínculo com as mostras de guerra suja e assegurou que há três detidos pelos fatos, que podem estar relacionados com o próprio Apra. Carlos Torres, candidato à segunda vice-presidência, afirmou que existe vontade e um acordo entre ambos grupos para levar adiante a confrontação de propostas entre García e Humala.

Ambas forças políticas teriam amanhã uma reunião com o Pacto Ética Eleitoral (PEE) do Jurado Nacional de Eleições para acordar a data e as condições do debate. Mas o debate entre os candidatos presidenciais enfrenta outros empecilhos como a posição negativa do líder aprista para que a organização civil Transparência organize o debate. García alega que essa instituição teve um conflito de interesses na campanha de 2001 pela proximidade de um de seus diretores com o governo de Alejandro Toledo.