“O Brasil já está realizando a Copa”, diz vice-prefeita de São Paulo

Em conversa exclusiva com o Portal Vermelho na manhã desta segunda-feira (9), a vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão (PCdoB), falou sobre o sucesso da Copa do Mundo no Brasil e o legado que este megaevento deixa para o país. Ela acredita que agora, com a chegada dos times e início do campeonato, as pessoas começam a ver com mais clareza o que significa realizar um evento deste porte no Brasil.

coletiva de imprensa sobre a Copa em São Paulo - Mariana Serafini

As obras ficaram prontas, os estádios já foram inaugurados, os aeroportos estão ampliados e recebendo as seleções e os turistas, as obras de mobilidade urbana estão sendo entregues.

Para a vice-prefeita isso é sinal de que o país venceu muitos desafios para chegar até aqui, mas realizou o que era necessário para receber a Copa com sucesso. “Agora a discussão muda de patamar, durante o último ano se falava muito sobre se teríamos condições, capacidade, se as coisas iam ficar atrasadas, mas agora com a chegada da Copa o debate tende a adquirir mais relevância, o Brasil está sim realizando a Copa do Mundo.”

A três dias para o início do Mundial – que começa nesta quinta-feira (12) com a partida entre Brasil e Croácia –, a vice-prefeita afirma, sem titubear, que tudo está funcionando para a abertura e a realização dos jogos. “A realidade é que nós temos 12 arenas prontas para receber os jogos, as seleções já estão quase todas no Brasil, já se instalaram em centros de treinamento, está tudo pronto.”

Nádia lembrou da Copa realizada no Brasil em 1950 e afirma que hoje o país está mostrando seu desenvolvimento através do Mundial. “Na Copa que nós realizamos em 1950 nós tínhamos 5 ou 6 cidades-sede. Nós dobramos. Ou seja, nós mostramos o país que nós somos hoje, com 200 milhões de pessoas que tem esse equilíbrio de todas as regiões. É uma demonstração de capacidade.”

O legado da Copa do Mundo para o Brasil

“O que vem depois da Copa é até melhor, porque nós teremos estádios muito bons para continuar recebendo os torcedores brasileiros em outra condição. Aqui em São Paulo, por exemplo, nós temos uma nova arena do Corinthians que demorou mais de cem anos para chegar nesta situação”, afirmou.

Os aeroportos das cidades-sede foram ampliados em mais de 30% e muitos têm capacidade para continuar a modernização e ampliação, como é o caso de Guarulhos e Confins, por exemplo, que ainda vão entregar novos espaços.

As cidades-sede também foram beneficiadas com obras de mobilidade urbana. “No caso aqui de São Paulo, na região de Itaquera houve uma grande transformação. Então temos escolas, novas praças, um viário maravilhoso, de modo que a população vai usar isso no seu cotidiano”, esclareceu a vice-prefeita.

A projeção internacional do potencial turístico também é um ganho que a Copa do Mundo traz ao país. Durante um mês o mundo inteiro vai ver o que acontece no Brasil, em todas as regiões. Para receber o megaevento os governos federal, estaduais e municipais investiram em capacitação de recursos humanos. Hoje o país conta com uma nova leva de profissionais formados, prontos para integrar o mercado de trabalho, não só em megaeventos, com o é o caso da Copa do Mundo.

A Copa não termina em 2014, para Nádia, o que acontecer este ano se refletirá em 2016 quando o Brasil será sede das Olimpíadas. Ela acredita que estes grandes eventos, incluindo também a recente visita do papa Francisco, colocam o Brasil em um novo patamar econômico, político e social. “Isso vai fazer com que o país seja mais visitado, participe mais da cadeia internacional da economia, dos negócios e com isso a gente gera desenvolvimento local e renda.”

A bola continua a rolar em Itaquera depois da Copa

Em coletiva de imprensa no Centro Aberto de Mídia, espaço montado para receber os mais de 5200 jornalistas que devem passar por São Paulo durante todo o período da Copa do Mundo, o prefeito Fernando Haddad falou sobre os benefícios que o Mundial trouxe para a região de Itaquera, Zona Leste da capital paulista. Segundo ele, “a bola começa a rolar em Itaquera depois da Copa”, porque muitas obras ainda serão entregues para a população que terá um novo padrão de vida.

“Para a Zona Leste a Copa não termina, são muitos investimentos feitos naquela região em equipamentos públicos. Haverá um novo centro cultural, escolas técnicas, museus, praças, centro comercial, tudo isso já está previsto”, disse o prefeito. Ele afirmou ainda que estes investimentos vão gerar empregos e desenvolvimento para a população local.

“Eu posso assegurar que depois da Copa as transformações só começam, dentro de poucos anos teremos uma região muito mais desenvolvida, podem me cobrar isso. O jogo em Itaquera está só começando.”

A vice-prefeita ressaltou a importância da Arena do Corinthians para a região. “Depois [do Mundial] nós teremos um estádio com 48 mil lugares, do Corinthians! Isso é uma mudança enorme para toda a Zona Leste.” A população do entorno terá o estádio como um novo centro de lazer e entretenimento, visto que, além dos jogos dos campeonatos nacionais e estadual que serão realizados, o espaço contará ainda com lojas, restaurantes e museus.

São Paulo, cidade global, território da bola

São Paulo vai receber 15 das 32 seleções, muitas delas já estão alocadas e realizando os treinamentos. A expectativa é que a cidade receba, durante todo o período do campeonato, 258 mil turistas estrangeiros e mais de 1 milhão de brasileiros. Foram vendidos 391 mil ingressos, que estão sendo distribuídos em três pontos de entrega: no auditório do parque Ibirapuera, Espaço Cultural São Paulo e Praça Antônio Prado. Até o momento as entregas se desenvolveram normalmente, sem nenhum imprevisto.

A cidade também montou um Centro de Monitoramento que acompanhará todo o desenvolvimento do Mundial. A segurança no entorno do estádio e pontos estratégicos será reforçada com 4264 policiais a mais, que acabaram de ser integrados à corporação da Polícia Militar. De acordo com o coronel Valter Fernandes, comandante da Ação Especial para a Copa, a segurança será feita através de um Centro Integrado de Operações Conjuntas para a Copa entre todas as forças policiais.

A recomendação é que o acesso ao estádio seja feito por meio de transporte sobre trilhos. Haverá linhas especiais para os jogos que funcionarão três horas antes e depois do início de cada partida na Arena do Corinthians. A viagem expressa será feita através da linha Coral, sem paradas, o percurso dura 19 minutos. Os ingressos já vêm com a orientação de qual trem o torcedor deverá pegar para desembarcar na entrada mais próxima do estádio, as estações serão Corinthians Itaquera e Artur Alvim.

Não haverá vagas de estacionamento, portanto, recomenda-se que não seja feito o trajeto de carro. Apenas veículos credenciados poderão utilizar uma das 2850 vagas. No ato de credenciamento o condutor também recebe um mapa do caminho que deverá fazer para chegar ao estacionamento sem utilizar a via Radial Leste.

Torcedores portadores de necessidades especiais terão transporte exclusivo da saída do metrô até a entrada do estádio. No caso de veículos credenciados, foram reservadas as vagas mais próximas ao acesso à arena. Além disso, qualquer dúvida de trânsito poderá ser esclarecida por meio do telefone 1188.

Para quem não vai assistir aos jogos no estádio, a Prefeitura disponibiliza 4 espaços de transmissão pública. A Fan Fest, realizada no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, além de exibições na Praça João Tadeu Priolli, no Parque da Juventude e na Praça do Samba.

A Fan Fest terá capacidade para 35 mil pessoas, o acesso é gratuito e serão exibidos todos os jogos da Copa. O espaço será aberto todos os dias às 12h e funcionará até 21h.
O programa Brasil Voluntário vai distribuir 1100 voluntários entre os aeroportos, terminais rodoviários, Fan Fest, Centro de Apoio à Imprensa e Casa das Nações – espaço de apoio às embaixadas. No entorno do estádio foram criados 600 postos de trabalho para ambulantes.

Por Mariana Serafini, da Redação do Vermelho