"Chega de achar que tudo que é bom vem lá de fora" diz diretor da UNE

O amapaense Patrique Lima, 26 anos, membro da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde acompanha a pasta de Relações Institucionais, em entrevista ao Portal Vermelho, expõe suas opiniões a respeito do evento, dando sequência à série “Militância na Copa”.

Patrique - Arquivo

O dirigente estudantil aponta que para além do clima contagiante, é preciso olhar o Brasil com o respeito que ele possui: “A Copa é o maior evento esportivo do mundo, sua realização tem forte impacto no país, seja na infraestrutura, na construção de centros esportivos (estádios) modernos, ou no aquecimento da economia, mas acredito que o maior impacto da realização de um evento desse porte no país é o combate ao estigma de que ‘tudo que é bom, vem lá de fora’. O legado imaterial da Copa sobre nosso povo já está sendo a autoestima, de acreditar no país e saber que podemos fazer as transformações necessárias”.

Ao dizer para qual time torce, Patrique toca em uma questão que infelizmente, ainda permeia os estádios: “Torço pelo Clube de Regatas Vasco da Gama, que sempre cumpriu um papel histórico no combate ao preconceito. A Copa de 2014 traz como mote o combate ao racismo, no Vasco já travamos esse debate há tempos, nos orgulhamos desta postura. Atualmente, estamos na segunda divisão do campeonato brasileiro, uma triste fatalidade, mas ano que vem, estaremos firmes e fortes de volta à elite do futebol nacional”, afirma.

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Patrique ainda traz em sua memória a conquista do título de 1994, quando era criança: ”A primeira vez que vi o Brasil ser campeão foi na Copa dos Estados Unidos, tinha apenas 6 anos de idade, lembro do Bebeto comemorando o gol embalando seu filho, e do Romário desconcertando os adversários, pouco entendia de futebol, mas o sentimento apaixonado pela arte da bola que já trazia de berço me contaminava, como toda a nação. Depois disso, vi o título de 2002 e já me preparo para ver este de 2014! Vai Brasil!”.

Como a maioria dos brasileiros, o maior desejo do jovem é conseguir ingressos para a Copa: “Mantenho minhas esperanças de conseguir pelo menos um, para ver um jogo no estádio, mas o mais provável será estar em companhia dos amigos, de uma boa cerveja gelada e apreciar pela televisão, vendo o povo feliz na rua e fazendo festa, como todo brasileiro”, conclui.

Laís Gouveia, da Redação do Portal Vermelho