CPI vai investigar Petrobras desde o governo FHC 

O plano de trabalho da CPI da Petrobras, aprovado nesta quarta-feira (14), prevê a investigação de fatos desde o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como o afundamento da plataforma P-36, ocorrido em março de 2001, na bacia de Campos (RJ). 

 

O único parlamentar oposicionista presente à reunião, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), tentou sem êxito convocar o ex-presidente Lula. O relator da CPI foi contrário ao pedido e sustentou que a ida de Lula à CPI não tem qualquer relação com as investigações.

A presidenta da Petrobras, Graça Foster, e o ex-presidente da empresa Sérgio Gabrielli serão os primeiros a prestar depoimento à CPI da Petrobras no Senado. No total, foram aprovadas as convocações de dezenas de pessoas, que serão obrigadas a comparecer à comissão. Entre elas, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, autor do relatório que teria embasado a decisão de comprar a refinaria de Pasadena, nos EUA.

Gabrielli deve ser ouvido já na próxima terça-feira (20), enquanto o depoimento de Graça Foster ficará para a outra semana (dia 27). As datas seguem sugestão do relator da comissão, José Pimentel (PT-CE), que apresentou nesta quarta-feira (14) um plano de trabalho com quatro eixos, correspondentes aos quatro temas a serem apurados pela CPI.

José Pimentel explicou que, ao propor a divisão das tarefas, pretende conduzir uma investigação de perfil técnico, com respeito aos princípios do contraditório e de busca da verdade. "Busca-se uma CPI que seja capaz de apurar responsabilidades e, mais que isso, de apresentar sugestões concretas para o aperfeiçoamento da legislação e das políticas públicas."

Pelo plano apresentado por Pimentel, os trabalhos vão se concentrar nos negócios do Petrobras entre 2005 e 2014.

Requerimentos

Dos 74 requerimentos aprovados pela comissão, apenas dois são convites, e não convocações: os que pedem as participações do ministro Jorge Hage e do ministro do TCU José Jorge.

A CPI aprovou ainda o acesso ao memorando assinado pela Petrobras com a empresa belga Astra Oil, antiga dona da Pasadena, para estabelecer a operação conjunta de comercialização e refino nos Estados Unidos, o que resultou na compra da refinaria. A comissão de inquérito quer também as cópias das atas das reuniões que trataram do negócio.

Fonte: Agência Senado Matéria atualizada às 13h50 para acréscimo de informações.