Manuela D´Ávila quer controle epidemiológico anual em presídios 

A população carcerária é altamente vulnerável às doenças infectocontagiosas. Tuberculose, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), hepatites encontram, nas cadeias, ambiente favorável à sua propagação devido à superlotação, falta de higiene e elevado índice de violência, inclusive, sexual. Apesar disso, não existem dados oficiais sobre essa realidade.  

Manuela D´Ávila quer controle epidemiológico anual em presídios

Para ter um mapeamento epidemiológico da população carcerária, a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), apresentou o Projeto de Lei que prevê a realização anual de mapeamento epidemiológico da população carcerária. O projeto foi aprovado na Comissão de Seguridade Social da Câmara nesta quarta-feira (14).

Para a deputada, ao se fazer um levantamento das doenças presentes nos presídios brasileiros é possível transformar esses ambientes em lugares menos insalubres e controlar epidemias que possam chegar às cidades.

“A necessidade desse mapa epidemiológico é para que nós possamos combater esses ambientes com tamanhos problemas. Além disso, enfrentamos em diversas cidades determinadas doenças em registro crescente e os presídios podem ser propagadores dessas doenças, como no caso da tuberculose”, disse.

“Por mais que setores da sociedade defendam que aos presos não cabe nada, é preciso lembrarmos que há agentes penitenciários, as famílias desses presos que os visitam e que saem do presídio para circular nas cidades, podendo carregar doenças e transformando as nossas cidades em palco de perpetuação ou aumento de índices dessas doenças”, ressaltou.

Tuberculose

Estudos acadêmicos apontam que a tuberculose na população carcerária é motivo de preocupação mundial. Segundo os estudos, a maior parte dos detentos no Brasil já ingressa nas prisões infectado ou se infecta nos primeiros meses.

Dados do Ministério da Saúde mostram que o Brasil registrou 71.123 novos casos de tuberculose em 2013 e que os presidiários têm 28 vezes mais chances de contrair a doença. Atualmente, o país ocupa a 16ª posição entre os 22 países com maior carga de tuberculose e a 111ª posição em taxa de incidência. Entre as doenças infecciosas, a tuberculose é a quarta causa que mais mata no país.

A matéria segue agora para apreciação na Comissão de Segurança Pública e Crime Organizado.

Da Redação em Brasília
Com informações da Lid. PCdoB na Câmara