Deputados vão investigar contratos da Saúde desde o governo FHC 

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara vai investigar os contratos firmados entre o Ministério da Saúde e o Labogen desde o governo FHC. A comissão aprovou, nesta quarta-feira (7), requerimento do deputado Renato Simões (PT-SP) que solicita informações ao Ministério da Saúde, ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Controladoria Geral da União (CGU) sobre os contratos firmados no período de 31 de março de 1998 até a presente data, entre o Ministério da Saúde e a empresa.

“Meu requerimento solicitava informações dos contratos firmados no governo FHC. Aceitamos ampliar a investigação até o período atual. Mas não existem registros de convênios com a Labogen nos governos Lula e Dilma. Todos os três contratos existentes foram firmados na gestão Fernando Henrique, quando o ministro da Saúde era José Serra.” “Quem tem que explicar essa relação são os tucanos”, disse o deputado Renato Simões.

Os deputados recusaram três requerimentos de convite ao ex-ministro Alexandre Padilha e outro no qual o deputado Renato Simões convida o ex-ministro José Serra a explicar os contratos. A decisão foi tomada considerando que a análise dos documentos solicitados é que deve determinar as investigações posteriores.

“No prazo máximo de um mês, receberemos as informações e com isso quem tem o que explicar sobre Labogen será chamado a fazê-lo. E não será, com certeza, Alexandre Padilha”, disse Simões.

Na época das acusações, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha afirmou que o Labogen – laboratório de fachada para lavar dinheiro pertencente ao doleiro Alberto Youssef, segundo a Polícia Federal – "não tem e não poderia" ter um contrato para fornecer medicamentos para a pasta.

Investigações da Polícia Federal mostraram que o deputado André Vargas (ex-PT-PR) atuou com Alberto Youssef para fechar um contrato da Labogen com a Saúde. Padilha disse que procedimentos de fiscalização implantados por ele impediram a parceria e que o Labogen foi rejeitado em quatro projetos, entre outros motivos, por falta de capacidade de produção.

Da Redação em Brasília
Com PT na Câmara