Gilberto Braga: Vem pra urna 

“As mulheres são maioria da população, estão em maior número entre os eleitores e possuem maior nível de escolaridade. Por outro lado, ainda ocupam poucos cargos políticos no Brasil.”

Por Gilberto Braga* 

O enunciado acima nem seria novo, não fosse a novidade de ser dito e assinado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em campanha de TV, rádio e outras mídias.

A lei já ajuda e manda os partidos apresentarem “o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo” nas eleições para deputado e vereador. Mas a efetividade da legislação eleitoral depende mesmo é de quem vota. O próprio presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, afirma que a campanha “Mulheres na Política” tem respaldo na lei para sensibilizar “também o eleitor quanto à escolha da mulher para representá-lo”.

A campanha mostra que “em 2010 menos de 9% dos parlamentares eleitos eram mulheres”. Para 513 cadeiras na Câmara Federal, foram eleitos 468 deputados e apenas 45 deputadas.

Veja que a primeira deputada federal foi eleita em 1933, a médica paulista Carlota Pereira de Queiroz. 80 anos depois, a participação delas cresceu apenas 9%.

O avanço das mulheres na política precisa ser mais rápido.

O Senado tem 81 membros. Em 2010 disputou-se 2/3 das vagas (47 cadeiras) e a conta foi cruel: 40 senadores e apenas 7 senadoras. Hoje estão no exercício do mandato 71 senadores e apenas 10 senadoras.

No Senado do Império a princesa Isabel tinha uma cadeira por direito dinástico, mas não aparecia para o debate. No Senado da República a mulher só chegou em 1975, com Eunice Michilis, do Amazonas, suplente que assumiu com a morte do titular. A primeira eleita mesmo só em 1990, a senadora Júnia Marise, de Minas Gerais.

Nosso Acre fez história com a primeira senadora negra, a médica Laélia Alcântara, em 1981. Em 1994 foi a vez da senadora Marina Silva.

Agora é outra filha de seringueiro, Perpétua Almeida, a mulher que engrandece a pequena representação feminina na Câmara Federal e se apresenta corajosamente para honrar essa história de justiça de gênero que o Acre escreve no Senado.

“Vamos fazer parte da política. Vamos fazer parte da solução.” Convoca a campanha do TSE em linguagem tão clara quanto atual: #VemPraUrna.

O avanço das mulheres na política precisa ser mais rápido.

*É jornalista e publicitário