Aprovação de PEC representa avanço para a ciência e tecnologia 

Por unanimidade, com 354 votos favoráveis, o plenário da Câmara aprovou na noite desta quarta-feira (23), em segundo turno, Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece incentivos para ciência, tecnologia e inovação. A proposição faz parte de um rol de cinco iniciativas legislativas que, juntas, vão compor um novo marco para a ciência no país. A PEC agora será apreciada pelo Senado. 

A deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) comemorou a aprovação da matéria. "Essa PEC é fruto de um trabalho sério e intenso e vai contribuir muito com o desenvolvimento da pesquisa e, principalmente, vai ajudar a constituir um ambiente propício para a inovação no nosso país", disse. A proposta precisa passar por um segundo turno de votação antes de ser analisada pelo Senado.

Essa PEC surgiu dos debates em torno do Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Os parlamentares perceberam que seriam necessárias atualizações na Constituição para amparar melhor as mudanças previstas no projeto.

Uma das novidades no texto é a ampliação das entidades que poderão receber apoio financeiro do poder público. Atualmente, apenas as atividades universitárias de pesquisa e extensão podem receber esse apoio. Com o texto, além das universidades, poderão ser apoiadas as instituições de educação profissional e tecnológica. A inovação é incluída entre as atividades beneficiadas.

A PEC também estabelece, como nova função do Estado, o estímulo à articulação entre os entes do setor, tanto públicos quanto privados, na execução das atividades de pesquisa, capacitação científica e tecnológica e inovação. O Estado promoverá também a atuação no exterior dessas instituições.

Para melhorar o intercâmbio de conhecimentos, o texto da proposta permite a cooperação das esferas de governo (União, estados, Distrito Federal e municípios) com órgãos e entidades públicos e entidades privadas.

Mais maleável

Os projetos de pesquisa, desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação poderão contar inclusive com o compartilhamento de recursos humanos especializados e capacidade instalada (laboratórios). A contrapartida poderá ser financeira ou não, o que facilita a participação de empresas novas ainda sem recursos para investimento.

Com o objetivo de tornar mais maleável a busca das metas científicas estabelecidas, a PEC concede maior liberdade na administração dos recursos destinados a pesquisas, ao permitir seu remanejamento ou transferência de uma categoria de programação para outra sem a necessidade da autorização legislativa prévia.

Segundo a PEC, caberá ainda ao Estado estimular a formação e o fortalecimento da inovação nas empresas e nos demais entes, públicos ou privados. Isso deverá ocorrer inclusive por meio da criação e da manutenção de parques e polos tecnológicos e de outros ambientes que promovam a inovação e a atuação dos inventores independentes, além de ajudar na criação, na absorção, na difusão e na transferência de tecnologia.

A criação do Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação está prevista em outro dispositivo da proposta, que determina sua organização em regime de colaboração entre as áreas pública e privada para promover o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação.

Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara