Ato na Câmara critica “campanha para desmoralizar” a Petrobras 

Em meio a palavras de ordem e cartazes em que se liam "A riqueza do petróleo pertence ao povo brasileiro", dezenas de pessoas se reuniram, nesta quarta-feira (23), na Câmara dos Deputados, em um ato público promovido pelas frentes parlamentares em Defesa da Petrobras e do Fundo Social do Pré-Sal, para se manifestar a favor da estatal e contra a campanha para “desmoralizar e privatizar” a estatal.

Ato na Câmara critica “campanha para desmoralizar” a Petrobras - Agência Câmara

Representantes das bancadas do PT e do PCdoB, sindicatos, entidades estudantis, militantes e movimentos sociais participaram do evento, quando foi lido o manifesto assinado pela Federação dos Petroleiros, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e outras 13 entidades.

No documento, eles afirmam que a empresa é mais uma vez "alvo de ataques em ano eleitoral, amplamente repercutidos pela mídia partidarizada". As intenções, conforme a nota, são "desmoralizar e privatizar" a estatal. O interesse do que chamam de "campanha contra a Petrobras" seria o de acabar com o regime de partilha que fez da Petrobras a única operadora do pré-sal.

O manifesto também criticou uma possível CPI da Petrobras. "Entendemos que as denúncias contra uma estatal devem ser apuradas pelos órgãos fiscalizadores e não por uma CPI, armada para ser palanque eleitoral e midiático dos que defendem a privatização", destaca a nota, lida pelo deputado Luiz Alberto (PT-BA), coordenador da Frente em Defesa da Petrobras.

Para a líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), a Petrobras é um símbolo do país e ao atacá-la fragiliza-se a maior empresa brasileira. “O que está em jogo é uma disputa eleitoral. Eles não percebem que ao fazer isso, fragilizam um patrimônio do país”, avalia a deputada.

"Querem diminuir o papel da estatal, desmoralizá-la para facilitar a volta de um modelo de exploração de petróleo, o de concessão, e demonstrar à sociedade que a Petrobras não terá condições de explorar o pré-sal por incapacidade financeira ou coisa do tipo", diz o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), membro da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras.

Luiz Alberto disse que a fiscalização já é feita pelo Ministério Público, pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União. "Como é uma empresa muito grande, claro que tem de ter esse controle na sua gestão. Porém, as denúncias, no caso de Pasadena (refinaria norte-americana que teria sido adquirida pela estatal brasileira a preços superfaturados), não se comprovam. O caso da SBM Offshore, que dizem ter sido pago propina a funcionários da Petrobras, também não se comprovou. Portanto, é só discurso eleitoral”, declarou.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa do Fundo Social do Pré-Sal, também ressaltou que o interesse dos que criticam a estatal é privatizá-la. "A Petrobras tem um trabalho eficaz, e agora um papel fundamental nos recursos para saúde e educação com o pré-sal. Os opositores não vão conseguir privatizá-la."

O presidente da CUT, Vagner Freitas, anunciou uma manifestação para 14 de maio, quando cinco mil militantes, de acordo com ele, irão promover um abraço simbólico no prédio da Petrobras, no Rio de Janeiro.

Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara

Matéria alterada às 10h55 para acréscimo de informações