Cemig faz campanha mentirosa com dinheiro público, denuncia PT 

Em campanha institucional na televisão, rádio e na internet a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), estatal controlada pelo governo do PSDB no estado, atribui ao governo federal a responsabilidade pelo aumento de 14,76% nas tarifas de energia elétrica dos consumidores mineiros. O PT de Minas Gerais divulgou uma nota, no último sábado (12), criticando duramente a campanha. 

O anúncio omite que os reajustes são concedidos a partir de solicitações encaminhadas pelas concessionárias. No caso da Cemig, o reajuste pedido à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi de 29,74%, conforme explicita um comunicado oficial da própria empresa. A nota do PT enfatiza que o pedido de quase 30% de aumento na conta paga pelos mineiros foi feito no mesmo período em que a companhia anunciou lucro de R$3,1 bilhões em 2013.

“Você sabia que a tarifa da Cemig não é decidida pela Cemig?”, questiona o ator Jonas Bloch na campanha da Cemig. “Quem define as tarifas de todas as empresas de energia do Brasil é um órgão do governo federal, a Aneel, que fica lá em Brasília”, completa o garoto-propaganda.

“O PSDB mineiro parece não ter limites nas reiteradas tentativas de enganar a população com falsas propagandas. Como se não bastasse querer se apropriar dos programas federais implantados em Minas, agora os tucanos tentam transferir para o governo federal a culpa pelo aumento na conta de luz”, diz o texto, assinado pelo presidente do partido em Minas, deputado Odair Cunha.

O deputado Weliton Prado (PT-MG) também reprovou a peça de propaganda da estatal. “Não é a primeira vez que a Cemig faz isso. Trata-se de uma campanha descabida e mentirosa, que usa recursos públicos para fazer a disputa política”, afirmou Prado, que vai denunciar a empresa ao Ministério Público por esta peça publicitária.

“A Cemig está tendo lucros bilionários e esses lucros estão sendo revertidos, em boa parte, para o capital estrangeiro, quando poderiam ser revertidos para os consumidores, na forma de redução de tarifas, que a empresa poderia solicitar à Aneel, mas não faz”, acrescenta Weliton
Prado, que acionará o Judiciário para tentar impedir o reajuste.

Em sua página na internet (www.cemig.com.br), a empresa diz que considera “fundamental lidar de forma transparente com os diversos públicos que se relaciona” e defende que a ética “é um valor indispensável”. Aparentemente, o discurso não é levado a sério.

Da Redação em Brasília
Com PT na Câmara