Ministro apresenta política de defesa para os deputados 

O ministro da Defesa, Celso Amorim, participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, nesta quarta-feira (9), quando falou sobre a agenda da política de defesa brasileira. Os deputados fizeram questionamentos sobre diversos aspectos da política nacional de defesa, desde a segurança na Copa até a compra dos caças suecos. Amorim também falou sobre tráfico de drogas e a política salarial dos militares.

Ministro apresenta política de defesa para os deputados - Agência Câmara

O ministro considera a aquisição dos caças suecos Gripen-NG para a Força Aérea (o chamado programa FX-2) como o grande destaque no desenvolvimento recente da área de defesa nacional. “Como vamos produzi-los em conjunto, muitas empresas nacionais estarão envolvidas no projeto em áreas como fibra de carbono, por exemplo”, citou.

Amorim defendeu a importância das Forças Armadas para a atuação internacional do País. “Não temos problemas com nenhum dos nossos vizinhos e isso é muito importante, mas o papel externo do Brasil nos exige uma boa defesa, até porque podemos vir a ser envolvidos em conflitos de terceiros”, disse.

Ele acrescentou que os gastos com defesa do País estão em torno de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), o que, segundo ele, está muito abaixo da média mundial e da média dos demais países que formam os Brics (grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A meta é que o Brasil amplie seus investimentos no setor para cerca de 2% do PIB, um valor mais próximo da média internacional.

Copa do Mundo

O Ministro da Defesa também falou sobre a atuação das Forças Armadas na Copa do Mundo, no próximo mês de junho, e nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Ele disse que essa atuação dependerá, em parte, da solicitação dos governadores. A princípio, as equipes devem atuar na defesa do espaço aéreo contra ataques terroristas, cibernéticos ou por armas químicas.

“Qualquer coisa além disso vai depender de eventuais solicitações por parte dos governadores. As Forças Armadas não tomam a iniciativa de atuar de outras maneiras além da função primordial que é a defesa”, explicou.

Amorim também garantiu que não existe nenhuma intenção das Forças Armadas em reprimir manifestações contra a Copa do Mundo, que começa em junho. “Sou favorável ao direito das pessoas se manifestarem”, disse.

As Forças Armadas, além da defesa da pátria e apoio a grandes eventos, executam atividades relacionadas a ações sociais, à defesa civil e auxílio na segurança pública. Ele citou como exemplos a atuação nos recentes alagamentos no Acre e em Rondônia; na realização dos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro em 2007; e na visita do Papa Francisco ao Brasil.

Tráfico de drogas

Amorim também falou sobre o tráfico de drogas, destacando que o Brasil não é o único país que, apesar de não produzir, é grande consumidor de drogas. “Os Estados Unidos enfrentam um problema muito parecido”, citou. E falou sobre as ações exitosas de combate ao tráfico como o programa Ágata, que tem permitido realizar uma série de apreensões, várias delas em conjunto com a Polícia Federal.

Sobre os salários das Forças Armadas, Amorim disse ser o principal defensor dos reajustes para os militares dentro do governo. A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que participou da audiência, fez coro às palavras do Ministro, destacando a atuação dos órgãos do Ministério da Defesa no apoio ao Acre e à Rondônia durante as enchentes e reclamou do corte de verbas para a Defesa. “Contingenciamento para a defesa é como um balde de água fria para nossos planos”, disse.

Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara