Mostra Silêncios históricos e pessoais marca os 50 anos do golpe

Teve início nesta quarta-feira (26), a mostra de filmes latino-americanos intitulada “Silêncios históricos e pessoais. Memória e subjetividade no documentário latino-americano contemporâneo” que acontece até 6 de abril, no centro da capital paulista. São 17 obras provenientes de Argentina, Brasil, Chile, México, Paraguai e Uruguai que abordam a riqueza poética, estética e política daquilo que alguns teóricos denominaram “documentário performativo”

Postal - Silêncios históricos e pessoais

A programação promove também uma conferência ministrada pelo pesquisador argentino Gonzalo Aguilar, que falará sobre a riqueza poética, estética e política do estilo através das obras apresentadas no festival.

Ao ser interrogada por seu pai sobre os objetivos de seu filme, Maria Clara Escobar, diretora de Os Dias com Ele, responde que seu documentário é uma reflexão sobre “os silêncios históricos e pessoais”. Pouco antes, a cineasta assinalava a este, o filósofo e dramaturgo Carlos Henrique Escobar, que buscava reconstruir uma memória ausente sobre a história dele, de sua família e, também, do Brasil e sua história política. Nestas duas passagens estão sintetizadas as características distintivas de uma nova forma de cinema documental que indaga as tensões entre história e memória, entre o familiar e o social, o público e o privado, o íntimo e o coletivo, através do prisma subjetivo de um autor que interpela a realidade, o passado e os outros, expondo sua voz e seu corpo em primeira pessoa.

A mostra Silêncios históricos e pessoais acontece na Caixa Cultural São Paulo, na Praça da Sé, centro da capital paulistana, com entrada franca. Os organizadores recomendarm que os convites sejam retirados uma hora antes de cada sessão. Classificação indicativa: 14 anos.

A 50 anos do golpe de Estado no Brasil, (re)pensar os silêncios faz-se ainda mais necessário.

De terça a domingo, das 9h às 19h. Confira a programação no site do festival.