Morales: “Não irão me colocar contra Lula”

O presidente boliviano Evo Morales acusou a imprensa, nesta sexta-feira (12), de criar um clima de confronto entre ele o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Durante entrevista coletiva em Viena (Áustria), onde participa da cúpula de che

O presidente boliviano Evo Morales acusou a imprensa, nesta sexta-feira (12), de criar um clima de confronto entre ele o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Durante entrevista coletiva em Viena (Áustria), onde participa da cúpula de chefes de Estado da América Latina e Europa, Morales negou que tivesse acusado a Petrobras de sonegar impostos e praticar contrabando.

 

"Eu disse que vamos investigar se as empresas petroleiras pagam ou não pagam impostos, se fazem contrabando ou não. Isso está sujeito a investigação. Eu disse que há denúncias contra algumas empresas, não falei da Petrobras", afirmou.

 

Morales elogiou Lula e garantiu que não terão sucesso aqueles que tentam criar uma “crise” entre os dois países. "Se alguns meios de comunicação com terceiras intenções querem confrontar-nos, querem me colocar contra o companheiro Lula, isso não vai acontecer", disse. "Temos muitas coincidências com o companheiro Lula, um dirigente sindical, agora presidente, que respeito e admiro muito".

 

Parceria


Morales disse ainda que "não está expulsando" a Petrobras ou a espanhola Repsol da Bolívia. "Queremos ela como sócia, para que isso nos permita investir, resolver com os recursos naturais os problemas econômicos e sociais de meu país", afirmou.

 

Ele disse que as negociações e o diálogo em torno da nacionalização das reservas de gás estão em andamento. Segundo Morales, na reunião com o Lula marcada para amanhã, eventuais divergências devem ser resolvidas. "Certamente acertaremos algumas bases para que sigamos aliados como países, como empresas".

 

Morales disse que a Bolívia, ao contrário do Brasil e a Venezuela, não tem uma estatal petrolífera de porte.

 

"A Bolívia tem todo o direito e controlará toda a cadeia de produção com seus sócios", disse. "A PDVSA (da Venezuela) continuará, a Repsol (da Espanha) e a Petrobrás também. E para isso o governo estabeleceu um prazo de negociação de 180 dias, de acordo com o decreto de nacionalização".


Com informações da Agência Estado.