Mesmo após demissão, delegados palestinos seguirão negociando

Os delegados palestinos nas negociações com Israel continuarão em seus cargos mesmo depois de apresentarem sua demissão ao presidente Mahmoud Abbas, de acordo com informações anunciadas nesta quinta-feira (21), em Ramallah, por um porta-voz oficial.  

Palestina - AFP

O Comitê Central da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) instruiu os negociadores Saeb Erekat e Muhammad Shtayyeh a supervisionarem as negociações até à nomeação de uma nova equipe, disse Nabil Shaath, membro do grupo.

Em 16 de novembro, os diplomatas escreveram ao presidente Mahmoud Abbas explicando que não seriam capazes de continuar cumprindo as suas responsabilidades como negociadores, e que por isso pediam ao presidente que os liberassem das suas posições.

A demissão foi “uma resposta a diversas políticas que continuam a prejudicar as prospecções sobre uma solução de dois Estados negociada, inclusive a atividade acelerada de colonização”, conforme comunicado divulgado.

A demissão não foi apresentada como uma resposta ao último anúncio do Ministério israelense de Habitação sobre a construção de quase 20.000 unidades habitacionais nas colônias, esclarece o mesmo documento.

Shaath refutou relatos de que os negociadores mantêm seus cargos até o final do prazo de nove meses previsto para chegar a um acordo-quadro nas negociações, organizado pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry.

De acordo com informações publicadas pela Prensa Latina, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse ontem que, apesar dos obstáculos e divergências, as negociações vão continuar no tempo estabelecido.

Segundo os acordos de Viena, assinados em 1948 pelos membros da ONU, a anexação de terras e o assentamento das populações em territórios sob ocupação militar constitui um crime de guerra.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina