PCdoB reafirma apoio ao governo Dilma em Ato Político

A jornada de debates desta sexta-feira (15) no 13º Congresso do PCdoB foi encerrada com o Ato Político, centralizado na presença e no discurso da presidenta Dilma Rousseff. Representantes de diversos movimentos sociais com forte presença no partido, ministros e quadros do PCdoB e de outros partidos compuseram uma mesa que refletiu o contexto político de 10 anos de governos progressistas e o importante papel dos comunistas.

Por Moara Crivelente, da Redação do Vermelho no 13º Congresso do PCdoB

13º Congresso do PCdoB - Théa Rodrigues

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, iniciou uma noite de discursos abrangentes sobre a construção dos governos progressistas e o avanço social que caracteriza a transformação estrutural do país. Além disso, fez uma análise conjuntural sobre os novos rumos e reafirmou o apoio dedicado do Partido à reeleição da presidenta Dilma.

Em meio aos brados vigorosos dos militantes da União da Juventude Socialista (UJS), que levantaram os delegados com lembranças à juventude do Araguaia e clamores à luta comunista, a noite foi preenchida por reflexões sobre o contexto político brasileiro nesta década de avanços socioeconômicos estruturais, o papel do PCdoB nessas conquistas e os direcionamentos a serem traçados com a superação dos novos desafios, sobretudo às vésperas das eleições de 2014.

Além disso, estavam na plateia mais de 50 delegações de partidos de esquerda internacionais que acompanham as atividades do 13º Congresso do PCdoB – desde o seu encontro internacional, realizado entre os dias 13 e 14 de novembro –, evidenciando o grande prestígio do Partido no âmbito global.

Compuseram a mesa do ato os representantes da UJS, da União Brasileira de Mulheres (UBM), da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), da União de Negros pela Igualdade (Unegro), da União Nacional de Estudantes (UNE) e da Confederação Nacional de Associações de Moradores (Conam), entre os movimentos sociais.

Também foram convidados à mesa o presidente do PCdoB do estado de São Paulo, vereador Orlando Silva, a deputada federal Jandira Feghali, o candidato do PCdoB ao governo do Maranhão, Flávio Dino, a vice-presidente do PCdoB, Luciana Santos, o senador Inácio Arruda, líder da bancada do PCdoB no Senado, a deputada federal e líder da bancada do PCdoB na Câmara, Manuela D’Ávila, os ministros do Esporte, Aldo Rebelo, da Educação, Aloísio Mercadante, da Saúde, Alexandre Padilha, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o presidente do PT, Rui Falcão, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e a ex-vice-prefeita paulistana, Alda Marco Antônio, do Partido Social Democrático (PSD).

Reformas estruturais e democráticas

Renato Rabelo iniciou sua fala comentando a notícia sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal de emitir mandatos de prisão contra os julgados na Ação Penal 470, que ficou apelidada pela mídia monopolista e da direita reacionária de “mensalão”. A decisão, tomada em detrimento dos recursos (embargos infringentes) aos quais os réus ainda têm direito, demonstrou a transformação da Justiça em instrumento político e representa um ataque ao Estado de Direito.

“A grande mídia busca criar um clima de regozijo que lembra a Idade Média, os condenados da Inquisição”, disse o presidente. O PCdoB, continuou, “não vê motivo para festa, nem julga que a justiça esteja sendo feita”.

Neste sentido, a defesa da reforma democrática, contra o financiamento privado de campanha e em prol do fortalecimento dos partidos apresenta-se novamente como uma necessidade estrutural, em um contexto de avanços e para o fortalecimento da democracia brasileira.

Renato Rabelo afirmou que o respeito e a legitimidade dos partidos dependem da reforma política, e que “não há avanço democrático sem partidos políticos”. No mesmo plano, ressaltou a urgência da democratização dos meios de comunicação “pela diversidade e pluralidade informativa”, fazendo menção também ao Marco Civil da Internet neutra e livre.

Dedicação comunista aos governos progressistas

O PCdoB reafirmou o seu compromisso e atuação no avanço progressista do Brasil, com conquistas significativas, principalmente para a redução das profundas desigualdades e a superação das injustiças no país.

“Temos consciência da nossa responsabilidade diante da oportunidade histórica”, disse Renato Rabelo. “Não podemos nos dispersar, tudo faremos para dar a nossa contribuição”, continuou, com ênfase à mobilização necessária para que o governo aprofunde as mudanças que a nação pede, por meio das reformas estruturais democráticas.

Além disso, ressaltou que, ainda que a mídia se empenhe nas campanhas contrárias ao governo Dilma, a presidenta continua conquistando altos índices de aprovação e popularidade.

As propostas falidas da direita sem alternativas e o alarmismo sobre a situação econômica mundial – com as supostas repercussões no Brasil – são instrumentos da mídia para desacreditar o grande avanço do país – ainda que imerso em um mundo em crise sistêmica do capitalismo –, deixando-o também vulnerável aos ataques especulativos do sistema financeiro mundial.

Por isso, o presidente do PCdoB dirigiu apelos diretamente à presidenta Dilma para a resistência contra as medidas neoliberais do passado, contra o retrocesso, ou ao retorno às políticas retrógradas de arrocho hoje impostas na Europa contra o povo cada vez mais empobrecido e explorado.

O respaldo à reeleição de Dilma e à continuidade e aprofundamento da transformação social no Brasil ficaram patentes no discurso de Renato Rabelo. “Camaradas e amigos, o PCdoB tem campo e rumo definidos: Apoiará a presidenta Dilma na sucessão presidencial de 2014, para que o povo obtenha a sua quarta vitória!”, afirmou.

Mobilizações sociais e parceria

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também manifestou grande admiração pelo PCdoB, saudou a realização do seu 13º Congresso e agradeceu o apoio ao seu governo.
Haddad ressaltou contribuições significativas do Partido Comunista a campos cruciais, como a educação. “Nos últimos 10 anos, conseguimos dobrar o número de universitários no Brasil”, disse o prefeito.

As mobilizações estudantis e a atuação da UJS e da UNE foi saudada pelo prefeito, que ressaltou avanços fundamentais dos quais o PCdoB tem feito parte.

   Foto: Théa Rodrigues

   Militantes da UJS manifestam-se com clamores pelas lutas sociais durante o Ato Político.

Sobre a sua articulação, Haddad disse que “o PCdoB não é um partido aliado, coligado, da coalizão, ou um partido da base, mas um partido irmão do Partido dos Trabalhadores”. E continuou: “O PCdoB é um partido irmão, mais velho e mais sábio, que tem a clareza de que devemos manter viva a chama socialista no Brasil”.

Por isso, classificou a parceria entre “partidos que contestam a ordem, para superá-la ou aperfeiçoá-la, partidos que não aceitam o status quo e querem sempre perseverar na mudança”.

No mesmo sentido, a presidenta Dilma também saudou o PCdoB pela trajetória de lutas sociais e em prol da classe trabalhadora, pelo papel direto nos 10 anos de governos progressistas e pelo apoio dedicado à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva desde a sua primeira candidatura, em 1989, com a construção de uma história de cooperação com o objetivo primordial de transformação social para um país mais digno e justo.

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