Cuba desenvolve possível vacina contra a dengue
No mundo de hoje foram realizados vários estudos em vacinas contra a dengue, entre as quais destaca-se uma candidata cubana em fase de estudos pré-clínicos.
Publicado 16/08/2013 18:29
Durante o 13º Curso Internacional sobre dengue que ocorre em Havana, a mestre em Virologia Alienys Izquierdo explicou que há alguns anos especialistas do Instituto cubano de Medicina Tropical "Pedro Kourí" (IPK), e o Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB), trabalham no desenvolvimento de um imunizador.
Trata-se de uma proteína, uma região do vírus muito específica que induz anticorpos neutralizantes. Ou seja, se temos anticorpos neutralizantes então vamos ter proteção, indicou a especialista, que é membro do Projeto Nacional Vacina Dengue.
O primeiro que se fez foi aplicar e avaliar formulações monovalentes, uma para cada tipo de dengue (1, 2, 3 e 4). Já se obteve confirmação de sua efetividade no controle da multiplicação do vírus em animais. Agora devemos misturar essas formulações e fazer uma vacina tetravalente, que é a que nesses momentos estamos avaliando em ratos e vamos testá-la em primatas não humanos, explicou.
Precisamos saber o que ocorre quando se misturam as quatro proteínas em uma formula, tendo em conta que a dengue porta quatro vírus diferentes e a vacina deve combater cada um destes, disse Alienys.
No entanto, a especialista reconheceu que ainda falta muito tempo antes da conclusão das investigações e poder obter uma vacina efetiva.
No entanto, cientistas do IPK focam seus trabalhos para outra áreas do conhecimento, não só na doença em si, mas também no agente transmissor, o mosquito Aedes aegypti.
Sobre o tema, Guadalupe Guzmán, chefe do Departamento de Virologia do IPK, assinalou que são realizadas investigações em imunologia e genética do indivíduo, resistência do vetor a inseticidas, bem como em estratégias de bens público que incluam a população para o controle da infecção.
Guadalupe propôs que se enfatize na infecção assintomática, tendo em conta que na maioria dos casos as pessoas não apresentam sintomas clínicos.
Geralmente nos preocupamos com o caso grave, que há que salvar, mas sabemos pouco sobre a infecção assintomática do ponto de vista de sua transmissão, assegurou.
Cerca de 300 especialistas de quase todo o mundo participam no encontro que é realizado a cada dois anos nas instalações do IPK. A agenda científica inclui conferências e simpósios sobre vigilância integrada, clínica, fatores ambientais de risco, participação comunitária e controle do mosquito aedes aegypti.
Também ocorrem sessões práticas e reuniões de especialistas, informou a doutora María Guadalupe Guzmán, presidenta do Comitê Organizador.
Fonte: Prensa Latina