O Festival de Locarno homenageia Werner Herzog

Tradicionalmente voltado para cinéfilos, sobretudo de países fora do esquema comercial do cinema, este ano o festival abriu as portas para filmes mais convencionais. Mas com uma particularidade: o tapete vermelho para astros e estrelas foi trocado por um microfone com o qual falam com o público. E mantém espaço para os clássicos: fará uma retrospectiva de 49 filmes de do diretor George Cukor (1899-1983).

Os países de língua portuguesa estão representados por Brasil e Portugal, que competem com os longas-metragens Educação Sentimental, de Júlio Bressane, e E Agora? Lembra-me, de Joaquim Pinto, um documentário dirigido e protagonizado pelo diretor que vive há vinte anos com os vírus VIH e hepatite C.

Entre os curtas, os lusófonos comparecem com Tremor, de Ricardo Alves Jr., e Versalhes, de Carlos Conceição. Há também uma homenagem póstuma ao realizador português Paulo Rocha, exibindo os dois filmes iniciais com que o realizador que marcou o Novo Cinema português – Verdes Anos (1964) e Mudar de vida (1966). Outras são de João Pedro Rodrigues, com o filme O Corpo de Afonso, e da dupla João Rui Guerra da Matta e João Pedro Rodrigues no filme Mahjong.

O festival tem orçamento de 10 milhões de euros (13,2 milhões de dólares), dos quais 44% financiados por instituições públicas. Vai receber, durante 11 dias, cerca de 250 filmes de mais de 40 países, que serão exibidos em três competições oficiais.

Werner Herzog

O diretor alemão Werner Herzog será homenageado com o Leopardo de Honra, pelo conjunto de sua obra, que concilia produções hollywoodianas com um estilo autoral. "Werner Herzog é roteirista e produtor, mas, acima de tudo, um dos grandes diretores do cinema mundial, cinema que encontra sua morada no Festival de Locarno", disse Carlo Chatrian, o diretor artístico do festival.

A lendária parceria de Herzog com Klaus Kinski resultou em clássicos como Fitzcarraldo, em que reconstruiu um navio histórico que foi literalmente carregado pela equipe para o topo de uma montanha, em plena Amazônia. Com Wim Wenders, ele foi um dos diretores mais conhecidos da geração, que, nos anos 1960, revitalizou o cinema alemão.

Com agências