Indonésia defende direito iraniano a ter tecnologia nuclear

Prestes a receber uma visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, a Indonésia informou nesta segunda-feira que apóia o direito do Irã de possuir tecnologia nuclear para fins pacíficos.

Durante sua estadia de seis dias no maior país muçulmano do mundo, Ahmadinejad deve procurar apoio para o programa nuclear iraniano e assinar acordos de energia multimilionários com o governo indonésio.

O ministro do Exterior indonésio, Hassan Wirajuda, disse na segunda-feira que Ahmadinejad discutirá a questão nuclear com o presidente Susilo Bambang Yudhoyono quando os dois se reunirem na quarta-feira.

"Queremos ouvir do Irã sobre sua posição diante da resolução que está sendo discutida nas Nações Unidas", afirmou o ministro. "Nossa posição é que apoiamos o desenvolvimento nuclear para fins pacíficos, especialmente energéticos, mas nos opomos consistentemente à proliferação de armas nucleares", acrescentou.

Os Estados Unidos pressionam a adoção de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que leve a sanções e a uma possível ação militar contra o Irã, caso o país não suspenda o enriquecimento de urânio.

O governo iraniano afirma que não irá desenvolver armas nucleares e tem facilitado o acesso da Agência Internacional de Energia Atômica às instalações nucleares do país, com o propósito de provar que não deseja construir armas nucleares. As potências ocidentais insistem em afirmar que o programa terá finalidades militares.

Conferência muçulmana

O presidente iraniano deve chegar ao país na terça-feira. Ele se encontrará com o presidente Yudhoyono e outros líderes políticos e religiosos na capital, Jacarta, entre quarta e sexta-feira. Depois ele viaja para a ilha de Bali para uma conferência de países muçulmanos.

No mês passado, o Ministério do Exterior indonésio disse que espera que o Irã assine um acordo de US$ 600 milhões em investimentos nos setores de gás e petróleo do país durante a visita de Ahmadinejad.

Os investimentos forneceriam uma grande injeção de capital, algo que o setor energético do país precisa. "O presidente irá discutir sobre como aumentar os investimentos na economia dos dois países, especialmente no setor petrolífero", disse Wirajuda.

A Indonésia é o único país do sudeste da Ásia membro da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), mas tornou-se importador do produto em 2005 depois de décadas de falta de investimento no setor petrolífero do país.

Com agências internacionais