Sindicato e GM definem futuro de 1.500 empregados em São José

Dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos e a comissão de trabalhadores em layoff da General Motors se reúnem nesta quarta-feira (16) com representantes da empresa para uma nova rodada de negociações para tentar pôr fim ao impasse que ameaça a demissão de cerca de 1.500 funcionários da montadora em São José dos Campos.

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O encontro acontece dez dias antes do fim do acordo que mantém o emprego dos trabalhadores até o próximo dia 26 de janeiro. A reunião desta quarta-feira é a primeira das três previstas até o fim do prazo estipulado no acordo.

O presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, não descarta o risco de demissões na unidade, mas espera que a empresa tenha uma posição mais flexível na negociação. “A cidade toda espera que a empresa recue das demissões. Os desligamentos são injustificáveis na realidade da GM. Todos esperam essa postura da empresa”, afirmou.

Entre as propostas que serão expostas pelos sindicalistas à empresa estão a continuidade do modelo Classic na planta de São José dos Campos, produção local de modelos que atualmente são importados, retomada da produção de caminhões e um novo acordo trabalhista que garanta empregos e investimentos.

“O sindicato já apresentou todas alternativas possíveis de serem construídas para manter os postos de trabalho e trazer investimentos para a unidade de São José dos Campos. Estamos abertos ao acordo”, destacou Barros.

Independentemente do resultado da reunião desta quarta-feira, o sindicato dos metalúrgicos tem programada para as 9 horas da quinta-feira (17) uma assembleia com os trabalhadores na sede da entidade.

Ajuda

Trabalhadores da General Motors em layoff e sindicalistas foram recebidos pelo prefeito Carlinhos Almeida (PT) na última quinta-feira (10). Ele prometeu auxiliar nas negociações com a empresa.

A Câmara Municipal, que também se dispôs a ajudar no impasse, agendou para o próximo dia 24 de janeiro uma audiência pública para discutir sobre os empregos na GM. Serão convocados representantes do sindicato e da montadora.

A audiência acontecerá um dia depois da última rodada de negociação, marcada para o dia 23. Até lá, o Sindicato ainda continuará com mobilizações e insistindo em agendar uma reunião com a presidente Dilma Rousseff para que o governo federal intervenha e impeça as demissões.

Entenda o caso

Desde agosto de 2012, ocasião em que foi anunciada a intenção de fechar a Montagem de Veículos Automotores (MVA), a empresa mantém 770 funcionários afastados em layoff – suspensão temporária dos contratos de trabalho. Outros 700 são mantidos na linha, que terá as atividades encerradas no próximo dia 26 de janeiro.

O setor, uma das oito fábricas do complexo industrial de São José, produz atualmente o modelo Classic. Depois da data fixada no acordo, a empresa não assegura a manutenção dos 1.500 postos de trabalho.

A General Motors informou que não está comentando as negociações com o sindicato. Em outras ocasiões, a empresa já havia negado a intenção de transferir a produção do MVA da unidade joseense para Rosário, na Argentina. A informação vem sendo divulgada pelos sindicalistas desde o início da tensão com a empresa, em julho de 2012.

Fonte: G1