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PCdoB defende aproximação entre brasileiros e sul-africanos

Nota emitida pelo secretário de Relações Internacionais do PCdoB, José Reinaldo Carvalho, e enviada ao congresso do PC da África do Sul em nome do partido brasileiro destaca necessidade de maior estreitamento nas relações entre os comunistas dos dois país

Ao 12º Congresso do PC da África do Sul


 


 


Estimados camaradas,


 


 


É com grande interesse que acompanhamos a realização do 12º Congresso do Partido Comunista da África do Sul. Inicialmente, gostaríamos de enviar nossas mais calorosas e fraternais saudações ao evento máximo dos comunistas sul-africanos.


 


 


O Partido Comunista da África do Sul e o Partido Comunista do Brasil têm, entre outras identidades, a busca de um caminho próprio, nacional para o socialismo. A idéia-força consagrada em sua minuta de Programa, de que “não existe um único caminho para o socialismo” é por nós inteiramente compartilhada. 


 


 


Coincidimos também na idéia de que o socialismo é, como dizia Lênin, uma etapa de transição do capitalismo ao comunismo. Também nos parece importante a idéia de que o capitalismo, na sua fase atual, começa a aproximar-se de seus limites absolutos, sendo o socialismo, como dizem vocês, uma exigência para a sobrevivência humana.


 


 


Brasil e África do Sul, enquanto nações em via de desenvolvimento, possuem certa semelhança. Trata-se de dois países de certo nível de desenvolvimento capitalista, com grandes populações, inclusive marginalizadas, grandes territórios e grandes riquezas naturais. O Partido Comunista do Brasil defende a necessidade de aproximarmos ainda mais as relações entre os comunistas brasileiros e os comunistas sul-africanos, tendo em vista essas coincidências de visão geral e de características nacionais.


 


 


Seu partido participa do governo de coalizão desde a vitória da Revolução Nacional Democrática de 1994. Já o PCdoB participa do governo nacional do presidente Luis Inácio Lula da Silva desde 2003. Nisto também há importantes experiências a intercambiar entre as duas forças revolucionárias.


 


 


No caso do Brasil, o segundo governo de Lula se inicia colocando em marcha um programa de cunho desenvolvimentista a partir da ação do Estado. Importantes iniciativas em curso atendem à redução emergencial da pobreza e apontam caminhos para uma maior democratização do país. Por certo, não se trata de um governo que tenha em seu horizonte o socialismo, mas, nas condições atuais do Brasil é um governo que possibilita importantes avanços para a acumulação revolucionária de forças dos trabalhadores e do povo brasileiro.


 


 


O Brasil, sob a coalizão progressista que o governa, tem jogado importante papel na sua política exterior. A luta pela integração sul-americana foi relançada, com o fortalecimento do Mercosul e com a estruturação da União das Nações Sul-americanas (Unasul). Também tem sido bastante importante o papel do Brasil no relançamento da articulação chamada Sul-Sul, como demonstrou a ação do G-20 no âmbito da OMC, em oposição ao protecionismo das grandes potencias imperialistas e na articulação do IBAS, mecanismo trilateral entre os governos da Índia, do Brasil e da África do Sul.


 


 


Reiterando nossos votos de pleno sucesso ao 12º Congresso de vosso Partido, colocamo-nos a sua inteira disposição para o desenvolvimento de nossas relações bilaterais.


 


 


Saudações fraternais,


 


 


José Reinaldo Carvalho
Secretário de Relações Internacionais
do Comitê Central