PCdoB defende aproximação entre brasileiros e sul-africanos
Nota emitida pelo secretário de Relações Internacionais do PCdoB, José Reinaldo Carvalho, e enviada ao congresso do PC da África do Sul em nome do partido brasileiro destaca necessidade de maior estreitamento nas relações entre os comunistas dos dois país
Publicado 17/07/2007 19:52
Ao 12º Congresso do PC da África do Sul
Estimados camaradas,
É com grande interesse que acompanhamos a realização do 12º Congresso do Partido Comunista da África do Sul. Inicialmente, gostaríamos de enviar nossas mais calorosas e fraternais saudações ao evento máximo dos comunistas sul-africanos.
O Partido Comunista da África do Sul e o Partido Comunista do Brasil têm, entre outras identidades, a busca de um caminho próprio, nacional para o socialismo. A idéia-força consagrada em sua minuta de Programa, de que “não existe um único caminho para o socialismo” é por nós inteiramente compartilhada.
Coincidimos também na idéia de que o socialismo é, como dizia Lênin, uma etapa de transição do capitalismo ao comunismo. Também nos parece importante a idéia de que o capitalismo, na sua fase atual, começa a aproximar-se de seus limites absolutos, sendo o socialismo, como dizem vocês, uma exigência para a sobrevivência humana.
Brasil e África do Sul, enquanto nações em via de desenvolvimento, possuem certa semelhança. Trata-se de dois países de certo nível de desenvolvimento capitalista, com grandes populações, inclusive marginalizadas, grandes territórios e grandes riquezas naturais. O Partido Comunista do Brasil defende a necessidade de aproximarmos ainda mais as relações entre os comunistas brasileiros e os comunistas sul-africanos, tendo em vista essas coincidências de visão geral e de características nacionais.
Seu partido participa do governo de coalizão desde a vitória da Revolução Nacional Democrática de 1994. Já o PCdoB participa do governo nacional do presidente Luis Inácio Lula da Silva desde 2003. Nisto também há importantes experiências a intercambiar entre as duas forças revolucionárias.
No caso do Brasil, o segundo governo de Lula se inicia colocando em marcha um programa de cunho desenvolvimentista a partir da ação do Estado. Importantes iniciativas em curso atendem à redução emergencial da pobreza e apontam caminhos para uma maior democratização do país. Por certo, não se trata de um governo que tenha em seu horizonte o socialismo, mas, nas condições atuais do Brasil é um governo que possibilita importantes avanços para a acumulação revolucionária de forças dos trabalhadores e do povo brasileiro.
O Brasil, sob a coalizão progressista que o governa, tem jogado importante papel na sua política exterior. A luta pela integração sul-americana foi relançada, com o fortalecimento do Mercosul e com a estruturação da União das Nações Sul-americanas (Unasul). Também tem sido bastante importante o papel do Brasil no relançamento da articulação chamada Sul-Sul, como demonstrou a ação do G-20 no âmbito da OMC, em oposição ao protecionismo das grandes potencias imperialistas e na articulação do IBAS, mecanismo trilateral entre os governos da Índia, do Brasil e da África do Sul.
Reiterando nossos votos de pleno sucesso ao 12º Congresso de vosso Partido, colocamo-nos a sua inteira disposição para o desenvolvimento de nossas relações bilaterais.
Saudações fraternais,
José Reinaldo Carvalho
Secretário de Relações Internacionais
do Comitê Central