Comemoração: Estrelas vermelhas do Kremlin não se apagam

Um dos símbolos da capital russa – as estrelas vermelhas nas torres do Kremlin – completaram 75 anos. Em novembro de 1937 acenderam-se em Moscou as estrelas soviéticas de cinco pontas. Até então as torres eram enfeitadas com pedras semi-preciosas, que brilhavam à luz do sol, e águias imperiais de duas cabeças.

O símbolo do poder soviético – as estrelas vermelhas de cinco pontas – substituíram as águias imperiais nas torres mais altas do Kremlin. Eram quatro águias, no entanto foram instaladas 5 estrelas. A última foi colocada em 1937. Serguei Deviatov, representante oficial do Serviço federal da guarda, conta como ocorreu a troca dos símbolos da potência no mais famoso edifício do país.

"Até 1935 nas cúpulas das quatro torres do Kremlin estavam águias imperiais de duas cabeças. Aliás, as águias surgiram lá ainda no século 17, na época do tsar Alexei Mikhailovitch, pai de Pedro I. Depois da mudança do governo soviético de Petrogrado (São Petesburgo) a Moscou em 1918, surgiu a idéia de trocar as águias por estrelas, símbolos soviéticos. Lenin falou a respeito, mas a possibilidade de fazer isto surgiu apenas nos anos 1930. Em 1935 foram desmontadas as aguias e em seu lugar colocaram as estrelas de pedras semi-preciosas com a foice e o martelo no centro."

Cada estrela, enfeitada com pedras semi-preciosas, pesava mais de uma tonelada. Por causa do peso as cúpulas das torres e também as carcaças das próprias estrelas começaram a se desfazer. Dois anos depois tomaram a decisão de substituir as pedras semi-preciosas por vidro de rubi. Agora as estrelas do Kremlin têm uma carcaça de três metros folheada a ouro, vidro vermelho, claro, resistente e um potente farol dentro. Em 75 anos as estrelas apagaram-se apenas duas vezes.

"As estrelas foram apagadas pela primeira vez em 1941, com o início da guerra. É que a torre com a estrela acesa era um guia para os aviões inimigos. As estrelas foram cobertas com lona. Elas foram atingidas durante ataques aéreos, por isso em 1945 foram retiradas para reforma. E em 1946 elas novamente foram acesas. A última vez em que apagaram foi durante a filmagem de O Barbeiro Siberiano, filme de Nikita Mikhalkov. Então o Kremlin adquiriu o aspecto que tinha no final do século 19, início do século 20", assinala Serguei Deviatov.

As estrelas no Kremlin, apesar de serem grandes, giram como cata-ventos. Um reforço ímpar permite que elas não caiam, com um vento forte. Segundo reza a lenda, a foice e o martelo, que deveriam estar nas estrelas de rubi, teriam sido proibidas pessoalmente por Stalin.

Aliás, uma das estrelas com pedras semi-preciosas até hoje ilumina a capital. Depois da desmontagem ela foi colocada no topo do edifício da Estação Fluvial do Norte em Moscou.

Com informações da Voz da Rússia