Sardenberg na Anatel deve “continuar perseguição” às rádios comunitárias

O diplomata Ronaldo Sardenberg tomou posse na tarde de ontem na presidência da Anatel. Ex-embaixador do Brasil nas Nações Unidas e ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Fernando Henrique Cardoso, ele irá liderar os trabalhos da autarquia que tem

Joaquim Carvalho, coordenador jurídico da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço), faz uma avaliação de que a indicação deve significar não apenas a manutenção da política do governo para o setor, mas sua intensificação. Ele chega a essa conclusão retomando a trajetória do diplomata.


 


 “Sardenberg vem do governo Fernando Henrique que foi altamente prejudicial a classe dos trabalhadores e ao movimento das rádios comunitárias. Sua prática em relação a como se conduziu a questão de Alcântara não deixa dúvidas de que lado ele está. Não ao lado do Brasil e dos brasileiros. Então dificilmente ele vai consiga desenvolver algo dentro da Anatel que atenda ao movimento de radiodifusão comunitária. Vai continuar a perseguição e cada vez mais forte”.


 


Em 2000, Sardenberg foi responsável por firmar acordo com os Estados Unidos para o uso para lançamento de foguetes da Base militar de Alcântara. O aluguel – estimado inicialmente em US$ 30 milhões mensais – dá direito exclusivo ao governo norte-americano, desobrigatoriedade alfandegária, entre outras coisas. O “acordo Sardenberg”, como ficou conhecido, foi criticado por setores das Forças Armadas, que o acusaram de ferir a soberania e a integridade territorial brasileiras.


 


De Brasília,
Mônica Simioni