Golpismo via cabo: RCTV volta ao ar na Venezuela em julho

Canal mais antigo e mais visto do país, com 53 anos de operações, a RCTV não teve sua concessão renovada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. As leis locais permitem que o governo administre as concessões de rádio e televisão.

Promotora do golpe anti-Chávez de 2002, a emissora segue transmitindo seus noticiários através da internet, da televisão colombiana Caracol e do canal local Globovisión e sua emissora filial Radio Caracas Televisión. Sua antiga freqüência foi substituída pelo canal estatal TVes.

Segundo Julián Isaac, o canal voltará por cabo com a mesma programação que tinha antes da medida oficial: novelas, noticiários, programas de concurso, esportes, humorísticos e variedades. “Não há nenhum canal no mundo que mantenha uma programação como a nossa a cabo. Somos uma estação de entretenimento global e os canais por assinatura são segmentados”, indicou.

O executivo admitiu que a ação é delicada. A RCTV vai passar a faturar 80% menos do que antes, devido aos baixos valores dos anúncios publicitários, com risco de redução de pessoal, programação e até um possível futuro fechamento.

“Quando voltarmos, ajustaremos nossas tarifas e as pautas com os anunciantes, pois as da televisão paga são mais econômicas. No entanto se os anunciantes não nos ajudarem, chegará o momento em que lamentavelmente teremos que fazer alguns ajustes na produção ou na folha de pagamento”, choramingou. No conteúdo, por enquanto, não convém esperar pluralismo.